Ao manifestante brasileiro

Legal. Mas será que ele sabe o que é lutar por um Brasil melhor?

Tem algumas coisas que eu gostaria de dizer às pessoas que tem saído às ruas para se manifestar a favor de um Brasil melhor ou que não saíram, mas apoiam a causa com todo o fervor. Em primeiro lugar, um elogio. Eu admiro o fato de o brasileiro estar se mobilizando politicamente e cobrando dos políticos que são, no fim das contas, os nossos funcionários. Sou a favor. Legal. O elogio acaba aqui.

Concordar com a mobilização política do povo não significa concordar com o que o povo tem proposto para mudar o Brasil. Salvo a oposição dos brasileiros contra projetos infames como a PEC 37 e semelhantes, o que tenho visto ser pedido pelos manifestantes são coisas tão idiotas que provam categoricamente que o brasileiro, no geral, ainda não entende absolutamente nada de política. Então, aqui vão as críticas.

O manifestante reclama do descaso do governo com a saúde e a educação. Aí vai à rua e pede mais investimentos do governo nessas áreas. Está errado! Se o problema é o descaso do governo, pedir mais investimento só vai agravar a situação. O governo não tem capacidade de administrar bem esses setores. Já ficou mais que provado. Então, dar mais dinheiro para o governo é pedir para ser roubado. Aliás, devo ressaltar que o Brasil é um dos países que mais investe em educação. É a administração que não é boa.

O manifestante pede a estatização dos ônibus. Meu Deus, mas se o governo não administra bem nem mesmo os hospitais públicos, você acha mesmo que ele vai gerir o sistema de transportes com louvor?

O manifestante pede o fim da polícia militar e a união das polícias. Mas para quê? Centralizar as coisas sempre torna mais fácil o autoritarismo. O princípio básico da democracia é a tensão entre os poderes. Na polícia não tem porque ser diferente. Cada polícia deve trabalhar na sua área. Os problemas da incompetência da polícia, da corrupção interna e da violência dos PM’s só serão resolvidos com uma coisa: rigor nas leis penais.

Rigor nas leis. Eis uma coisa que eu não vi os manifestantes pedindo. Pessoas são assaltadas, violentadas e mortas todos os dias por bandidos menores de idade. Estes cometem os mesmos crimes dia após dia e não são presos por causada da lei absurda que proíbe menores de responderem por seus crimes. Cadê os protestos contra isso? E quanto aos imprudentes do trânsito, que dirigem bêbados e não perdem suas carteiras mesmo quando matam alguém? Por que os manifestantes não falaram nisso? E o tempo máximo de prisão, que é só de 30 anos, com direito a redução de pena, mesmo quando o crime cometido foi hediondo? E as autoridades que cometem crimes e em vez de serem julgados por tribunais civis, são julgados por tribunais especiais e, no máximo, recebem a pena serem afastados de seus cargos? Não vi ninguém protestar contra esses tópicos e pedir uma lei mais rígida.

Sabe por que o manifestante não pede leis rígidas? Sabe por que ele não se concentra nisso? Porque ele é tolo. Ainda acredita na lorota de que se o governo for bom e os policias forem bons e todo mundo for bom, a gente resolve tudo. Mas não é assim. O homem precisa de limites. E o que limita o homem não é a boa intenção de um governo, ou as teorias bem intencionadas de acadêmicos, ou as vigorosas manifestações de milhões de pessoas. Sinto muito. O que impõe limites ao homem é a lei. Se a lei é fraca, os limites são fracos.

O manifestante vai à rua e reclama contra a corrupção. Está certo. Mas quer entregar mais poder e funções nas mãos do governo. Está errado. Ele não consegue enxergar que quanto mais ele exigir que o governo resolva os problemas, mais problemas ele vai criar. Porque, como diria o ex-presidente americano Ronald Reagan: “O governo não é a solução. É o problema”.

O manifestante grita contra o desvio de verbas, mas não grita pela diminuição dos impostos. Cadê as milhões de pessoas pedindo: “Reduza os impostos!”. Pedir redução de tarifa de ônibus não adianta, porque o nosso governo entende que precisa gerir os negócios do país junto com os empresários. Então, se a tarifa é diminuída, o governo aumenta o imposto. Não existe almoço grátis, meu amigo. Alguém vai ter que pagar pela redução. E não serão os políticos.

Ora, mesmo entre os manifestantes que desejam menos impostos, é uma minoria que realmente sabe no que isso implica. Diminuir impostos é tirar a mão do governo sobre os serviços. Afinal, são os impostos que financiam os serviços públicos, querido leitor. Ou seja, quem quer diminuir impostos, deve ser a favor da privatização de empresas públicas, do fim de bolsas para pobres, do incentivo à iniciativa privada, do incentivo à concorrência entre as empresas privadas (pois é a concorrência que diminui os preços, melhora os serviços e reduz os monopólios) e etc.

O manifestante brasileiro é ignorante. Ele ainda acha que a culpa dos problemas do Brasil é o “capitalismo selvagem”, porque ele aprendeu desde pequeno que capitalismo é a união de políticos e empresários para lucrar em cima do povo. Ele não sabe que “capitalismo” na verdade é a economia de livre mercado (ou liberalismo), uma doutrina que luta para que o governo se meta o mínimo possível na economia e que, portanto, quanto mais o governo se une com empresários, menos capitalista o país se torna. Quer dizer, o problema do Brasil é justamente ser pouco capitalista.

O manifestante é ingênuo. Ele cai na ladainha do nosso governo de que privatizar é entregar o patrimônio público nas mãos das empresas. Não é! As empresas públicas não são nossas, são do governo. É ele que lucra com elas, pois pode usá-las para fazer propaganda política quando convém, para oferecer empregos para seus amigos e para desviar dinheiro público. Quando se privatiza, os serviços melhoram, a empresa lucra mais e o governo continua arrecadando dinheiro pelos impostos que essas empresas pagam. E se temos mais empresas lucrativas pagando impostos, os impostos que a população paga pode ser diminuído. Quer dizer, a privatização é ruim apenas para o nosso governo de esquerda, que quer fazer a festa com nosso dinheiro. Mas qual é o manifestante que falou sobre isso?

O manifestante brasileiro ainda acredita nas mentiras que a esquerda diz. Ele crê que os grandes empresários são de direita. Não são. Pequenos empresários podem até almejar um governo de direita, pois sabem que a direita arranca as imensas burocracias e regulamentações que o governo impõe, que dificultam sua sobrevivência. Mas grandes empresários amam governos de esquerda (desde que esses não sejam comunistas), pois as dificuldades que eles impõem as empresas fazem com que só as grandes consigam sobreviver; também por causa das alianças que esses governos acabam fazendo com os empresários, já que, para a esquerda, o governo deve sempre intervir na economia. Os grandes impérios são fruto direto da intervenção governamental.

O manifestante brasileiro, sobretudo o jovem universitário, vê com bons olhos o Che Guevara, que foi um louco, genocida, que lutou por uma utopia a vida inteira. Ele simpatiza com socialistas e comunistas, ignorando o fato de que essas ideologias, quando postas em prática foram responsáveis por matar mais de 100 milhões de pessoas durante o século XX (mais do que o Nazismo, que matou 50 milhões). Ele acha que só a esquerda muda o cenário político, ignorando grandes revoluções como a americana e a inglesa, que foram feitas por direitistas conservadores. Ele não entende que quanto mais o governo acumula funções e impostos, mais chance ele tem de se tornar um estado totalitário e ditatorial. Ele não entende que quanto mais um governo intervém, mais a liberdade de expressão é tolhida. Ele não vê que o enorme poder que temos dado ao governo através de nosso dinheiro é o responsável pelos desvios de verba e pela terrível incompetência administrativa.

O manifestante brasileiro sequer tem senso crítico. Mesmo aqueles que têm um pouco mais de conhecimento (e eu torno a falar aqui dos universitários), acreditam nos livros que dizem que o Nacional Socialismo alemão foi de direita, que a ditadura militar brasileira foi de direita, que o PSDB é de direita. Conhece Marx e diversos autores de esquerda, mas é incapaz de citar ideias de autores como Burke, Bastiat, Tocqueville, Kirk, Voegelin, Mises e Hayek (os principais autores de direita). O universitário do Brasil chega a ser uma ameaça à democracia. Ele se levanta para aplaudir ditaduras comunistas, dizendo que os países com estes regimes são verdadeiramente livres. Ele demoniza os americanos. Ele acha que nos EUA todo mundo é de direita e que o Partido Democrata é igual ao Partido Republicano (meu Deus…) e como odeia a direita sorri quando lembra do ataque às torres gêmeas (não é exagero de minha parte, pois já vi isso mais de uma vez na minha universidade).

O manifestante brasileiro cai na armadilha da luta esquerdista pelo “estado laico”, que na verdade é a luta pela eliminação da moral judaico-cristã e da liberdade de expressão dos conservadores. Ele cai na armadilha esquerdista de que a grande mídia é de direita. Tudo bem, ela pode não ser comunista, mas está a quilômetros de distância de ser de direita. Se ela fosse direitista, defenderia o fim da burocracia para a criação de canais abertos de TV, por exemplo. Se fosse direitista, pararia de fazer do homossexual uma classe de pessoas que não pode ser criticada e de incentivar a destruição da família tradicional, ao tentar normatizar adultérios, libertinagem e relacionamentos abertos (não que as pessoas não tenham direito de fazer isso; cada um faz o que quiser, mas não quer dizer que seja normal). A grande mídia é socialdemocrata. É aquela esquerda moderada, quase centro, que não quer o radicalismo comunista, mas corre do conservadorismo moral e do laissez-faire econômico da direita.

O manifestante brasileiro está totalmente perdido. Ele acha que o seu país acordou e que as pessoas estão mais politizadas. A verdade é que o povo brasileiro levantou, mas não acordou. Ele é um enorme gigante sonâmbulo que está sendo guiado por um governo também gigante e cheio de poder. É por isso que não estou muito esperançoso quanto a essas manifestações. O que sairá daí? Mais serviços públicos mal administrados? Mais empresas públicas desviando dinheiro? Mais leis frágeis e cheias de brechas? Mais impostos? Mais empresas hegemônicas? Mais inflações causadas pela intervenção governamental através do Baco Central? Mais governo? Mais estatismo? Mais utopia? Mais esquerda? Já não basta?

Por isso, venho pedir encarecidamente aos manifestantes: parem de lutar por mais governo. Lutem por um governo menor, menos poderoso, com menos funções e que cobra menos impostos. Lutem por um governo que intervém menos e que se dedica apenas às suas funções primordiais: criar e zelar pelas leis, julgar crimes, proteger interna e externamente o país. É só assim que as coisas poderão melhorar um pouco.

Ater-se aos Princípios

Cícero

Todo povo, isto é, toda sociedade fundada com as condições por mim expostas; toda cidade, ou, o que é o mesmo, toda constituição particular de um povo, toda coisa pública – e por isso entendo toda coisa do povo – necessita, para ser duradoura, ser regida por uma autoridade inteligente que sempre se apoie sobre o princípio que presidiu à formação do Estado.

 Marco Túlio Cícero, em Da República

A tênue linha entre Liberdade e Escravidão

É muito comum, hoje em dia, entre o meio libertário, que se pregue a total extinção do Estado, a total extinção de uma coerção realizada pelos meios estatais. Dizem que apenas assim seríamos totalmente livres, prontos para realizar nosso potencial. Extremamente sedutora essa tese, àqueles que aspiram ser livres. Mas tal proposta não podia ser mais absurda, a feita pelos anarco-capitalistas, os auto-proclamados arautos da liberdade.

Bandeira do Anarco-Capitalismo

Sua doutrina, de um modo geral, se sustenta sobre o princípio da não iniciação da agressão. E que, partindo dessa premissa, a própria existência do Estado seria imoral, já que este precisa recolher tributos para existir, frutos de agressão. Considerando um panorama geral, é de princípios logicamente válidos. Mas a questão é: Como seria a vida em sociedade sob uma organização totalmente espontânea, sem a menor interferência estatal? Aí começa o problema, pois se suas premissas eram logicamente impecáveis, suas soluções passam a envolver suposições de como os seres humanos passariam a se organizar, mas com a certeza de que iriam.

Alguns dizem que eles são liberais radicais. Nada mais equívoco. Não pode ser liberal alguém que nega a existência de direitos inalienáveis. “Direito não é aquilo que deve ser concedido, mas sim aquilo que não pode ser retirado”, é o que dizem ao mesmo tempo que propõe um modelo em que esses supostos direitos não são garantidos a ninguém. Defendem uma sociedade onde seria perfeitamente possível a imposição de um sobre o outro, mesmo negando a imposição como uma liberdade.

Dizem eles que os indivíduos se organizariam de forma espontânea. A segurança, por exemplo, seria terceirizada e paga por indivíduos que escolheriam um ente privado para defender sua região. Fica clara a inexistência de um direito à propriedade ou a ter a integridade física respeitada. Só tem direitos aquele que pode pagar por ela.

Quando questionados à respeito de como seria tratado um transgressor, dizem que a legislação existiria, mas seria privada. Tribunais arbitrais privados criando direito. Não existe jurisdição definida possível com esse modelo. O bandido escolheria o tribunal no qual seria julgado? Seria julgado na câmara mais barata? Dizem alguns que as câmaras entrariam em consenso à respeito do território regulado. Cria-se assim uma estrutura idêntica à do Estado: o monopólio da força sobre um território por alguns poucos indivíduos; a diferença é que este teria como objetivo o lucro, o que supostamente o tornaria legítimo. Esquecem que a vacância sempre desperta nos mais atentos o senso de oportunidade de se impor sobre os demais.

A liberdade não é possível sem a existência de uma ordem, dada a natureza humana. Apenas na medida em que os seres humanos são protegidos é que podem exercer completamente sua liberdade. Não protegidos de si mesmos, como tenta fazer o Estado atual, agigantado e burocrático. Protegidos de terceiros. E para a existência de uma ordem na qual os indivíduos possam viver em sociedade, é necessário algum sacrifício. É necessário um ente, cuja formação é inevitável, que tenha como objetivo proteger os direitos básicos clamados pelos liberais clássicos. Um Estado em que a constituição tenha valor e limite o poder do governo de forma eficiente. E uma população disposta a lutar pela conservação da ordem e da coesão social.

Impostos, sempre eles

O assunto já foi abordado há algumas semanas atrás, mas creio que ainda é oportuno o texto. Como a história diz: Tiradentes junto aos Inconfidentes se rebelaram contra as explorações e altos impostos da Coroa Portuguesa (que era algo em torno de 10%), mas hoje em 2012, nós pagamos muito mais, em media 40% do salário dos brasileiros são pilhados pelo governo em forma de impostos e o pior que a população parece gostar disso, uma vez que Dilma Rousseff e seu antecessor Lula gozam de uma popularidade incrível.

Eu fico imaginando como reagiriam os Inconfidentes mineiros diante da atual carga tributária. Se fossem apenas 10% de nossos ganhos em impostos eu não ficaria preocupado, mas são 40% e não tem como você não pagar, o Estado nos obriga.  Se 60% da população acha que não tem problema nisso e aprova a nossa ‘Coroa’(Dilma), Eu não e garanto que mais gente também não aprova e questiona, por que temos que pagar esses impostos?  Se eu os visse sendo revertido em algum beneficio a minha pessoa, talvez, eu não iria ter problema em pagar, mas não há. No Brasil se você quer alguma coisa de qualidade têm que recorrer ao setor privado, é assim com segurança, saúde, educação, transporte e outras coisas.

Somos incapazes de fazer escolhas na visão do Governo, ele acha que não temos condições de gastar nosso dinheiro da forma que bem entendemos, porém o Estado é de tamanha “benevolência”, que pega nosso dinheiro e gasta da forma que ele julga mais correta para o tal do ‘ bem-comum ’.

Claro que alguns setores devem estar na mão do Estado, tais como segurança, educação de base e saúde (essa questionável), mas o resto tem que ficar a cargo da população, ninguém gosta de ver o seu ganho sendo tomado pelo o outro, o mais engraçado que os defensores de um Estado centralizador são em boa parte, fascinados por Karl Marx, o mesmo Karl Marx que criticava o patrão por tomar a mais-valia do trabalhador, porém quem mais explora o trabalhador brasileiro é o próprio Estado.

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Em 2011 o Impostômetro da ACSP (associação comercial de São Paulo) fechou o ano contabilizando mais de 1,51 trilhão de reais arrecadados por meio de tributos (federais, estaduais e municipais) e em maio de 2012 já foram arrecadados 505 bilhões de reais em impostos. Não sou contra a abolição dos impostos ou do Estado, mas defendo que ambos sejam menores do que são hoje, o imposto de renda poderia ser apenas 10% ou 15% e não os 40% que muitos contribuintes pagam e não vê voltar.

Quem defende os impostos advoga que eles ajudam as pessoas de baixa renda, mas isso é uma falácia sem nexo, veja o exemplo, se uma pessoa compra um veiculo Honda Civic paga algo em torno de 70 mil reais, mas o mesmo veiculo (até com qualidade melhor) é vendido no EUA por 15 mil dólares (35 mil reais). Você deve estar se perguntando o que faz esse carro ser mais caro aqui? Simples os impostos, sem eles o carro seria mais barato, porém nosso governo socialista “defende” o povo ao taxar tudo, pois na cabeça esquerdista, o sujeito que tem 70 mil reais para pagar um Civic tem que pagar impostos para fazer a tal ‘justiça social’ (justiça do bolso dos políticos), mas o governo estaria ajudando mais se não houvesse tantos impostos, assim uma pessoa que iria comprar um Uno, Gol, Ka ou outro carro popular, iria ter dinheiro para comprar um Civic caso ele custa-se  40 mil reais e o sujeito que compra o civic por 70 mil, poderia muito bem adquirir um Camaro ou carro nesse nível.