O que o ataque terrorista em Barcelona representa para todos nós

O atentado terrorista registrado na manhã da última quinta-feira 17 de agosto de 2017 em Barcelona deixou ao menos 13 mortos e mais de 100 feridos. A autoria do ataque foi assumida publicamente pelo Estado Islâmico (ISIS). Desde o ano passado, a Espanha já liderava o ranking de países da União Europeia com mais mortos em ataques terroristas (253 mortos), superando a França (250 mortos) e o Reino Unido (74 mortos). O ataque mais mortal dos últimos anos foi o perpetrado pela Al Qaeda em 11 de março de 2004 aos trens de Madri, que deixou um saldo de 191 pessoas mortas e mais de 1.800 pessoas feridas.

A presença do Estado Islâmico na Espanha
À esquerda: foto tirada por um militante do ISIS diante do palácio de Aljafería em Zaragaoza, Espanha, sem data (supostamente de 2013 ou 2014). À direita: foto tirada imediatamente após o ataque terrorista reivindicado pelo ISIS em Barcelona, 17 de agosto de 2017.

Já há décadas a Espanha vem sofrendo ataques terroristas perpetrados por grupos separatistas catalães (Terra Lliure), galegos (Resistência Galega) e bascos (ETA), porém a imigração massiva imposta pelo governo da UE tem agravado este panorama com a infiltração de terroristas islâmicos de organizações como Al Qaeda e ISIS. Ao que tudo indica, o terrorismo islâmico promete superar em poucos anos o saldo de 829 mortos deixado pelo ETA em quatro décadas de terrorismo, e a Catalunha se converteu no centro de operações do extremismo islâmico no país. A posição estratégica da região catalã funciona como passagem entre Espanha, França, Itália e os países do mediterrâneo em geral, o que significa uma conexão direta entre Oriente Médio, Norte da África e Europa meridional. A Espanha é um alvo preferencial para o terrorismo islâmico, já que o sul do seu território já esteve sob domínio muçulmano durante a Idade Média (Al Andalus). Isto justificaria ideologicamente, a sua incorporação precoce ao Califado Mundial pretendido pelo Estado Islâmico.

A Catalunha é a porta de entrada de entrada ideal para o terrorismo islâmico, pois além de ser acessível desde o Oriente Médio e Norte da África por via marítima, é uma zona fronteiriça que facilita a fuga das autoridades espanholas entrando em território francês e vice-versa. Além disso, há décadas a zona é politicamente instável devido a atividades terroristas de movimentos separatistas e de extrema-esquerda. A Catalunha passa então a fazer parte do grupo de regiões do mundo apontados como berço de extremistas islâmicos, que inclui a zona metropolitana de Birmingham (Inglaterra), as repúblicas do Cáucaso setentrional (Rússia), a província de Xinjiang (China) e a ilha caribenha de Trinidad.

Com exceção do acesso via Mediterrâneo, as zonas basca e galega do país (nas fronteiras com França e Portugal, respectivamente) também apresentam características propícias para se tornarem os próximos berços do terrorismo islâmico em solo europeu. O aumento do terrorismo islâmico na península ibérica pode representar um risco cada vez maior de atentados nos países vizinhos (França, Andorra, Portugal) e a intensificação da atividade terrorista islâmica na América Latina e, consequentemente, no Brasil.

A imigração massiva de países muçulmanos deve ser detida imediatamente e revertida o mais rápido possível, mas gostaríamos de ler a opinião dos nossos leitores sobre a liberdade religiosa: devemos manter as comunidades islâmicas no Ocidente sob vigilância? Que medidas deveriam ser adotadas para evitar que elas se tornem bases de apoio a grupos terroristas?

 

Governo tcheco convoca o armamento da população civil contra o terrorismo

O presidente tcheco Miloš Zeman, do Partido dos Direitos Cívicos (em tcheco, Strana Práv Občanů, SPO, de centro-esquerda) solicitou aos cidadãos deste país que se armem contra o terrorismo islâmico. Apesar da população islâmica do país ser pequena em proporção aos 10 milhões de habitantes, a venda de armas no país disparou.

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Proarms, uma loja de armas localizada em Praga, Rep. Tcheca.

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Livro do terrorista brasileiro Marighella é usado como modelo pelo Estado Islâmico

Entrevista com o especialista em segurança Albert A. Stahel publicada originalmente no site da revista Focus. Tradução do alemão para o português brasileiro por Renan Felipe dos Santos. Para ler o artigo original em alemão, clique aqui.

ISIS-Marighella

O grupo terrorista Estado Islâmico[1] treinou 400 guerrilheiros para serem enviados à Europa. Mais ondas de ataque são planejadas em países como Alemanha e França. O especialista militar Albert A. Stahel esclarece o perigo que este pequeno exército representa.

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Tu aussi es Charlie Hebdo

Após dois terroristas jihadistas haverem matado 12 cartunistas da revista satírica Charlie Hebdo, o Facebook se dividiu entre aqueles que se identificam com as vítimas (“Je suis Charlie Hebdo” – Eu sou Charlie Hebdo) e aqueles que ou não se identificam com as vítimas ou optam abertamente por identificar-se com os assassinos (“Je ne suis pas Charlie Hebdo” – Eu não sou Charlie Hebdo). Entre estes últimos, vi desde esquerdistas radicais – que acham que a violência jihadista é uma forma de punição pelos erros do Ocidente – a católicos conservadores que pensam que a revista satírica não merece empatia por causa do seu conteúdo satírico e anti-cristão.

nous sommes tous charlieBem, “eu sou Charlie Hebdo” e vou explicar por quê: por que eu acredito que as pessoas tem o direito de falar absolutamente tudo o que elas quiserem sem ser fuziladas. Afirmar que a revista ofendia crentes (cristãos e muçulmanos), que era racista, colonialista, o que seja, nada disso justifica ou ameniza o fato de que massacrar pessoas é muito pior. Não importa o que a revista tenha publicado, não se deve aderir à inversão psicopata de culpar a vítima, em vez do algoz, pelo crime que a violenta.

Podemos discordar e até mesmo achar repugnante o que uma pessoa ou grupo de pessoas diz ou publica, mas a partir do momento que esta pessoa passa a ser perseguida e violentada por causa de sua opinião, é nosso dever enquanto humanos civilizados defendê-la: a liberdade de expressão é um direito de todos nós, e defender o direito alheio é um dever de todos nós e a única garantia de uma sociedade livre e justa.

E porque você também é Charlie Hebdo? Por que ninguém está perguntando se você gosta ou concorda com o que a revista publicava, a questão implícita é: você acha que a sua opinião em particular vale mais que a liberdade de expressão de todos os demais? Ou, em outras palavras: você seria indiferente ou se colocaria do lado do assassino, desde que a vítima do assassinato fosse alguém que você não gosta ou de quem discorda das opiniões? A empatia com as vítimas do atentado terrorista em Paris não é uma questão de opinião, mas um teste de humanidade. Se você sabe colocar-se no lugar do próximo, você vai entender que a vida humana vale mais do que a sua opinião sobre qualquer tema polêmico.

A menos que você seja imune à censura, à violência, à opressão e ao terror você é, também, Charlie Hebdo. Todos nós somos Charlie Hebdo.

Sobre o Conflito Israel-Hamas

hamasEm uma disputa entre um Estado Democrático de Direito – pluripartidário e que assegura os direitos das mulheres, das minorias étnicas e dos homossexuais – que se vê obrigado a ir à guerra para defender sua população – e um movimento terrorista – que oprime mulheres, enforca homossexuais, usa crianças como escudo humano e força de trabalho escrava e se orgulha de degolar civis diante do mundo – não deveria haver dúvidas sobre qual deles está certo e age em legítima defesa e qual deles está errado e é um agressor violento.
Mas algumas pessoas, infelizmente, preferem acreditar mais na sua ideologia do que nos seus próprios olhos: a ideologia é o substituto da sua consciência e as isenta do dever moral de pensar.


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