A Grécia do Brasil?

O estado do Rio Grande do Sul vem passando por apertos financeiros graves. Tal caso é um exemplo claro de irresponsabilidades administrativas que perduram por décadas, e que agora estão explicitados para toda a sociedade brasileira.

O governo de José Ivo Sartori (PMDB) chegou ao ponto de anunciar o adiamento do pagamento dos salários de julho dos servidores públicos, medida que gerou inquietação popular. Contudo, inegável que já recebeu em suas mãos uma situação fiscal ruim decorrente de grandes irresponsabilidades de seu antecessor, Tarso Genro (PT), o qual foi eleito após o governo de Yeda Crusius (PSDB), que havia conseguido três superávits em quatro anos de governo.

Mas como o estado chegou nessa situação?

O funcionalismo público e os seus benefícios bateram na porta do Rio Grande do Sul – há um bom tempo, inclusive. O governo gastou mais do que arrecadou em 37 dos últimos 44 anos, se endividando exponencialmente. A dívida cresceu 27 vezes entre 1970 e 1998 e, como será abordado em frente, o funcionalismo é o principal responsável pelo aumento. Mensalmente o estado gasta 22,5% a mais do que arrecada, resultando num déficit mensal de R$ 400 milhões de reais. Esse déficit construiu uma dívida que hoje é de R$ 61 bilhões de reais, mais do que o dobro da arrecadação anual.

Espantosos 75% da receita do estado são gastos com servidores ativos, aposentados e pensionistas. Os gastos com folha saltaram de R$ 8,5 bilhões em 2005 para os R$ 24,7 bilhões previstos para 2015, um aumento de 190%, sendo que a inflação acumulada medida pelo IPCA entre janeiro de 2005 e junho de 2015 foi de “apenas” 79,5%, resultando num aumento real de mais de 130%.

Sob o ponto de vista do trabalhador, um aumento real de 130% em dez anos é interessantíssimo, e se opor a isso logo de cara é algo a ser considerado “elitista” por segmentos da sociedade, principalmente socialistas. Todavia, algumas informações ajudam a entender que não são os trabalhadores que ganham salários mais humildes os responsáveis pela instabilidade financeira atual do estado e, portanto, cortes de gastos podem e devem sim acontecer para arrumar as finanças.

Somente no Executivo gaúcho 304 servidores receberam acima do teto de R$ 30,4 mil por mês – alguns, inclusive, chegaram a receber pouco mais de R$ 70 mil no mês de junho de 2015, e alguns procuradores inativos receberam mais de R$ 50 mil. 94% dos servidores que receberam acima do teto estão vinculados ou à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) ou à, justamente, Secretaria da Fazenda. Tais valores são possíveis por meio de brechas jurídicas, e além da remuneração bruta, estão incluídos adicionais como abono de permanência, vantagens eventuais, parcelas indenizatórias e até gratificação paga a membros de conselhos. O total pago a essas 304 pessoas somou R$ 10,8 milhões somente em junho, o equivalente a 8.500 professores em início de carreira. Se os professores estão com problemas para receber já sabem de quem devem cobrar sua parte, até porque nem o governador do estado recebe tudo isso.

A distorção e o parasitismo são tão grandes que justamente os auditores fiscais estão entre os mais bem (super) remunerados com dinheiro público, os quais deveriam ser justamente um dos responsáveis pelo bem andamento das finanças públicas. Dos 1,1 mil auditores, 311 (28%) receberam o teto bruto, e 145 receberam acima por meio dos benefícios. Gilson Santini Procati (aposentado, diga-se de passagem) foi quem mais recebeu – R$ 59,8 mil bruto, sendo R$ 29,3 mil em forma de auxílio-creche e outros benefícios. O líquido foi de R$ 49,2 mil. A média bruta da categoria foi de R$ 26,9 mil, sendo que a média dos ativos, que representam 56,8% da folha, ficou em R$ 25,5 mil, enquanto entre inativos e pensionistas, o salário bruto médio é de R$ 28,8 mil. Em outras palavras, quem não está trabalhando está recebendo (ainda) mais do que quem trabalha.

Conforme trabalho do Zero Hora, as direções do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Tributária do RS (Sindifisco-RS) e da Associação dos Fiscais de Tributos Estaduais do RS (Afisvec) afirmaram que os salários dos auditores “são compatíveis com suas obrigações e responsabilidades”. Por meio de nota, as entidades ressaltaram que a categoria é responsável pela administração tributária e pelo “incremento significativo da receita do Estado nos últimos 10 anos, período no qual a mesma teve crescimento real superior a 50% da inflação”. Ou seja, o único trunfo apresentado foi que a sociedade gaúcha foi extorquida 50% acima da inflação nos últimos 10 anos, deixando implícito que isso justificaria o rombo que eles causam nas contas públicas.

A alta bagatela também se encontra em outros segmentos do setor público. As empresas estatais, por exemplo, se encontram na mesma situação. Para maio, alguns funcionários receberam quase R$ 60 mil. A Companhia Estadual de Silos e Armazéns – CESA pagou em média quase R$ 4 mil, valor pequeno se comparado a outros salários, mas o suficiente para contribuírem para um déficit (que é regra histórica) de mais de R$ 25 milhões, sendo que possui apenas pouco mais de 300 funcionários. A CESA será vendida conforme proposta para equilibrar as contas. Por sua vez a Badesul, agência de fomento vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, teve uma folha de mais R$ 2 milhões apenas em maio para 199 servidores, com cada um recebendo em média mais de R$ 10 mil.

A Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) contou com uma folha de R$ 5,6 milhões em maio. Desse valor, 75,4% foram para inativos. O órgão foi fundado em 1921 e é responsável pela administração dos portos de Porto Alegre, Pelotas, Cachoeira do Sul e Estrela. Em 2014 arrecadou R$ 9 milhões e apresentou déficit operacional de R$ 38 milhões, um déficit 322% maior do que as receitas. Os salários médios de maio, contudo, ultrapassam os R$ 6 mil.

Em junho, somente com coronéis da Brigada Militar (BM) foram gastos R$ 10,4 milhões, sendo que 96% deles estão aposentados. O salário médio dos apenas 21 da ativa foi de R$ 20,5 mil, e dos 476 inativos cerca de R$ 21 mil. O valor gasto com pagamento de coronéis inativos seria suficiente para bancar os vencimentos de 3,3 mil soldados, os quais protestaram recentemente pelo atraso nos salários, e também seria mais do que suficiente para pagar faturas de telefone da polícia rodoviária em atraso. A propósito, todos esses problemas enfrentados pelos servidores públicos do Rio Grande do Sul servem como alerta para aqueles que buscam no funcionalismo público as famosas “garantias e estabilidades”.

Uma justiça a ser feita: distribuição de recursos entre estados

Historicamente há um discurso no Sul e no Sudeste do Brasil sobre repasses de recursos com destino a outras regiões do Brasil, especialmente Norte e Nordeste. Tal fato levanta discussões todos os anos, principalmente em épocas de eleições, as vezes até mesmo deixando florescer sentimentos preconceituosos e não apenas debates bem embasados. O independentismo (popularmente conhecido como separatismo) sempre foi mais forte em São Paulo e ainda é no Sul por questões como a que será discutida em seguida. Por exemplo, houve a Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos), a qual resultou na não reconhecida República Rio-Grandense, (1836-1845) e que foi inspirada na vitoriosa campanha da Guerra da Cisplatina (ocorrida entre 1825 e 1828 e que teve como êxito a retirada da Província Cisplatina do Império do Brasil), além dos movimentos separatistas ainda existem. Movimentos como o Movimento Rio Grande Livre República do Pampa defendem a separação do Rio Grande do Sul, o Sul é o Meu País defende a separação dos três estados do Sul e o Movimento República de São Paulo defende uma maior independência para os estados.

A política econômica do governo federal para transferir recursos entre os municípios e estados é feita por meio de arrecadação de impostos e repasses de recursos. Resumidamente, estados e municípios recolhem impostos para o governo federal e, ao mesmo tempo, recebem alguns recursos. A questão é que não faz sentido receber o mesmo que pagar (seria mais óbvio não cobrar e não repassar nada), portanto é claro que isso se torna um instrumento de redistribuição de recursos regional.

A tabela a seguir mostra o quanto cada estado pagou e o quanto recebeu do governo federal em 2013. Com essas informações é possível saber o saldo, ou seja, se o estado mais recebe recursos do que paga. Nos últimos anos, todavia, cada vez mais estados estão recebendo menos recursos do que repassam ao governo federal – eram 8 em 2009 e 13 em 2013.

Repasses recursos União

Em negrito estão destacados estados que recebem 75% a menos do que repassam, todos do Sul ou do Sudeste. São Paulo teve um “prejuízo” de mais de R$ 400 bilhões em 2013 em relação ao governo federal e aos outros estados. O Rio Grande do Sul, por sua vez, teve um de mais de R$ 40 bilhões – a dívida hoje é de R$ 61 bilhões, sendo R$ 50 bilhões justamente com o governo federal. Ou seja, são R$ 40 bilhões que saíram da economia do estado somente naquele ano e foram para algum outro lugar. Neste cenário, o qual ocorre todos os anos, fica fácil entender a indignação gaúcha.

Conclusão

O Rio Grande do Sul recebeu corretamente a fama de Grécia do Brasil. Os gastos do governo estadual nas últimas décadas garantiram benesses a muitas pessoas às custas dos pagadores de impostos daquela região, além de projetos desenvolvimentistas que buscavam o desenvolvimento a qualquer custo, o qual se manifestou em dívidas e mais dívidas. Agora, no longo prazo (sim, ele chega para aqueles que não morrem, diferente da posição de Keynes), a sociedade gaúcha está pagando a conta da realidade que se impôs.

Portanto, a há extrema necessidade dos cortes de gastos e austeridade de verdade do governo estadual, acabando com as benesses completamente desnecessárias descritas nesse artigo, por exemplo. Apesar da retórica socialista, na atual conjuntura é perfeitamente possível cortar muitos gastos antes de cortar cargos e benefícios para os mais humildes.

Entretanto, agora que as finanças estaduais estão indo de mal a pior seria interessante, por parte do governo federal, pelo menos espoliar menos o Rio Grande do Sul, o qual, ano após ano, é um dos que contribuem para o “desenvolvimento regional” de regiões mais pobres.

Ver também:
O terrorismo intelectual e os cortes nos gastos do governo
Um pouco de memória para a Semana Farroupilha

Como aumentar o IPTU da Maria Antonieta

ALEXANDRE BORGES*

A principal revista de São Paulo está mais uma vez no clima das novelas da Globo e dos filmes de Hollywood e isso não é um elogio. A matéria de capa desta semana foi desenhada para alimentar um tipo de narrativa preconceituosa e ideológica que quer vender a idéia de que quem tem dinheiro na cidade é idiota, fútil, perdulário e alienado, um pessoal que merece, no limite, ter seus bens confiscados pelos herdeiros mentais de Robespierre.

Como já disse o comentarista político americano Bill Whittle, tirar via cultura pop a legitimidade da acumulação privada de patrimônio é fundamental para que a alta carga tributária seja moralmente justificável e socialmente aceita, é preciso convencer o público que toda riqueza é imerecida. Há idiotas em todas as faixas de renda, mas gente de valor com dinheiro ou gente idiota sem dinheiro não rendem sociologia de botequim nem sensacionalismo vulgar pra vender revista.

A capa da Veja SP de hoje, que parece encomendada pelo blogueiro Leonardo Sakamoto, o pai da tese de que “ostentação deveria ser crime previsto no código penal”, é sobre “os sultões dos camarotes“, pessoas que “chegam a torrar 50 000 reais em uma só balada.” É uma maneira de contar a história. Outra seria: “que usam livremente patrimônio privado”, mas não espere esse tipo de texto na imprensa atual.

O personagem principal da matéria, o empresário Alexander de Almeida, pelo que diz o texto, ganhou seu dinheiro honestamente e, até a última vez que eu chequei, ele tem todo direito de gastar como bem entender. Quem conhece os meandros de Brasília, por exemplo, sabe que 50 mil numa noite, para alguns dos moradores mais proeminentes da cidade, é trocado. E não necessariamente o dinheiro gasto é deles.

Essa semana a cidade de São Paulo foi surpreendida com o aumento recorde de IPTU (até 20% para residências e 35% para pontos comerciais, num país com inflação prevista em torno de 6%), mas a Veja SP acha que a notícia mais importante da semana é que tem gente que gasta muito com lazer, o que ajuda a passar a idéia de que esse pessoal que “torra” pequenas fortunas em futilidades tem mais é que ter parte do patrimônio tungado pelo governo.

Depois de ler essa reportagem, fica mais fácil justificar moralmente a idéia de que o estado pegue parte do patrimônio de Alexander de Almeida para “ajudar quem precisa”. Como os jornalistas, em geral, nutrem uma simpatia indisfarçável pelo partido da sra. Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy, é preciso criar uma Maria Antonieta imaginária e colar sua caricatura em quem trabalha e produz.

De novo: parem de discutir economia, há uma guerra cultural em curso e é esse o foco. Enquanto think tanks, analistas e comentaristas liberais desperdiçam tempo e energia defendendo a economia de mercado, a edição paulista da principal revista do país está retratando ricos da cidade como a corte de Luís XVI. Não subestime o poder de influência de uma Veja SP, com 750 mil leitores por edição, 85% deles na classe A/B, que estão sendo constrangidos publicamente pela matéria.

A economia de livre mercado gera tanta riqueza que parte dela, inevitavelmente, vai parar nas mãos de pessoas que gastam 50 mil numa noitada e não há nada de errado nisso. Se você acredita que a liberdade econômica é a maior invenção humana para geração de riquezas, não vai se incomodar com a maneira com que o dinheiro dos outros é gasto, desde que dentro da lei. Se você acha que deve avaliar quem pode ou não ter dinheiro e como ele é gasto, não perca tempo: corra para as bancas e alimente seu ódio. O governo e os Black Blocs precisam de você.

*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL

25 personalidades que começaram do zero e se tornaram empresários de sucesso

Eis uma lista de 25 personalidades que começaram do nada e se tornaram empresários de sucesso. Ao fim da lista, fiz alguns comentários sobre as lições que podemos extrair da mesma.

Obs.: Este texto também pode ser encontrado no blog “Mundo analista“, clicando aqui.

1) Ralph Lauren 

 

Ralph LaurenHoje bilionário, Lauren uma infância difícil. Filho de um pintor de paredes, nasceu em 1939 e se criou no bairro barra-pesada do Bronx, em Nova York. No colégio, para ganhar algum dinheiro, vendia gravatas para seus colegas. Chegou a sofrer bullying, em função de seu sobrenome, Lifshit (que soa como um palavrão, em inglês), o que o levou a mudar de nome posteriormente. Serviu ao exército de 1962 a 1964. Após o serviço militar, ele trabalhou como balconista e, depois, novamente como vendedor de gravatas. Foi quando percebeu a vaidade enrustida dos homens de negócios, e de como havia uma clientela desejosa de novidades. Em 1967, lançou sua própria linha de gravatas, que se tornou um sucesso. No ano seguinte, criou sua primeira linha completa de moda masculina, mas a famosa camisa polo só seria criada em 1972. Hoje, sua fortuna é avaliada em 4,6 bilhões de dólares pela Forbes.

2) Edson Bueno

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Nasceu na pequena cidade de Guarantã, interior de São Paulo. Com 5 anos de idade perdeu o pai. Por isso, teve que trabalhar desde pequeno, como engraxate para ajudar a família. Sua mãe era dona de casa e seu padrasto era caminhoneiro. Com dificuldades na escola, repetiu a quarta série quatro vezes. Sua vida começou a mudar quando sofreu um acidente e foi atendido pelo único médico da cidade. Se encantou pela profissão e, lutando contra todas as dificuldades se formou em medicina. Seu primeiro emprego foi no Hospital São José, em Duque de Caxias. O hospital era pobre e frequentemente deixava de pagar salário. Resolveu tornar-se sócio do hospital então e formou o embrião da Amil. Hoje, a operadora de planos de saúde é uma das maiores do país. Somente no terceiro trimestre de 2010, sua receita foi de 1,9 bilhão de reais. A cifra é 28 vezes maior que o PIB de Guarantã, sua cidade-natal.

3) Chris Gardner

Gardner

Gardner nasceu em 1954, no Wisconsin. Não teve uma infância fácil. O pai já havia se separado de sua mãe antes de ele nascer, e seu padrasto, homem violento, freqüentemente agredia sua mãe, ele e seus irmãos. Na juventude, quis ser médico e chegou a trabalhar como assistente de pesquisa na Universidade da Carolina. Mas, percebendo que não conseguiria cursar medicina, foi trabalhar como vendedor de equipamentos médicos. Com um filho pequeno, buscou um novo emprego para aumentar a renda e, encontrou um corretor de valores bem vestido saindo de uma Ferrari vermelha. Empolgado com a profissão, inscreveu-se no programa de trainees, viu a mulher abandoná-lo, perdeu sua casa e passou a morar em abrigos para sem-tetos. Contratado, iniciou uma trajetória que desembocaria na sua própria corretora, a Gardner Rich, em Chicago. A história de Gardner inspirou o filme À Procura da Felicidade, lançado em 2006 e estrelado por Will Smith.

4) Sérgio Amoroso

Sérgio Amoroso começou em seu primeiro emprego aos 11 anos de idade, trabalhando como assistente de almoxarifado em uma fábrica de calçados na cidade de Birigui (SP). Seus pais haviam se mudado para a cidade, após sua pequena propriedade rural ter falido. Sete anos mais tarde, Amoroso se mudou para a São Paulo em busca de novas oportunidades. Dividindo o apartamento com alguns conhecidos, conseguiu sobreviver por oito meses, até que o dinheiro acabou. Passou fome vários dias até encontrar um emprego numa fábrica de embalagens de papelão. O futuro empresário cresceu na profissão até que a companhia pediu concordata, abatida pela crise econômica que sacudia o Brasil no início dos anos 80. Em 1981, Amoroso e alguns sócios alugaram um galpão na Zona Leste de São Paulo e montaram sua própria fábrica. Era o início do Grupo Orsa, hoje um dos maiores produtores de papel e celulose do país. O grupo faturou 378 milhões de dólares em 2009, segundo a edição especial MELHORES E MAIORES de EXAME.

5) Larry Ellison

Antes de passar a ter uma fortuna de 28 bilhões de dólares, Larry Ellison também teve seus dias de contar centavos. Ele nasceu em Nova York, de uma mãe solteira que não quis criá-lo e o deu para um casal de tios que morava em Chicago. Em meio às dificuldades, conseguiu cursar dois anos da Universidade de Illinois e apenas um semestre da Universidade de Chicago. Quando sua mãe adotiva morreu, Ellison se mudou para a Califórnia, onde teve uma série de empregos simples durante quase dez anos. Em 1977, fundou uma companhia de desenvolvimento de softwares – sim, nascia a Oracle, hoje uma das maiores empresas de tecnologia do mundo.

6) Thai Quang Nghia

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Foi um petroleiro da Petrobras que deu um novo rumo à vida do vietnamita Thai Quang Nghia. Em 1979, com 21 anos, ele foi encontrado à deriva no Oceano Pacífico junto com mais nove pessoas que fugiam da ditadura de seu país-natal. Resgatado pelo navio, chegou ao Rio de Janeiro sem falar português e foi morar nas favelas da cidade para, depois, se mudar para albergues paulistanos. Durante todo esse tempo, sua única renda eram os 50 dólares mensais que recebia da ONU como auxílio a refugiados. Thai aprendeu nosso idioma lendo dicionários de francês-português em bibliotecas públicas. Em 1986, animado com o lucro que obteve ao vender um lote de bolsas que havia recebido como pagamento de uma dívida, contratou costureiras e começou a fabricar suas próprias bolsas. Era o começo do Grupo Domini. A grande virada veio em 2003, quando voltou de uma viagem ao Vietnã com uma lembrancinha – uma miniatura de sandália dos tempos da guerra. O calçado era feito com sola de borracha de pneus usados. Sim, é o mesmo princípio da sandália Góoc, hoje o principal produto do Grupo.

7) Howard Schultz:

Schultz cresceu em um conjunto habitacional do Brooklyn, enquanto seu pai trabalhava como operário em sucessivos empregos. O empresário só conseguiu cursar a faculdade porque conseguiu uma bolsa para o time de futebol. Seu primeiro emprego foi na Xerox, em 1979, mas as copiadoras não eram o futuro de Schultz. A virada começou quando ele foi contratado pela fabricante suíça de máquinas de café Hammarplast. Foi ali que ele conheceu uma pequena rede de cafeterias de Seattle – a Starbucks. Em 1987, Schultz comprou a empresa por 3,8 milhões de dólares. Nos anos seguintes, transformou a Starbucks na maior rede de cafés do mundo, com 17.000 lojas em 49 países e um faturamento de 10 bilhões de dólares. Presidente do conselho de administração e da diretoria executiva, Schultz embolsou 130 milhões de dólares apenas em salários e bônus nos últimos cinco anos.

8) Marco Franzato

Até os 16 anos, Marco Franzato havia cursado apenas o ensino fundamental. Sua principal ocupação era ser boia-fria, colhendo café no interior do Paraná ao lado do pai. Quando uma forte geada destruiu as lavouras da região, a família se mudou para Cianorte em busca de emprego. Conseguiu com o padrinho uma vaga como ajudante em um escritório de contabilidade. Depois de voltar aos estudos e já casado, Franzato decidiu abrir uma confecção com ajuda da mulher e de alguns amigos, apostando no seu tino como administrador, no bom gosto da esposa e nas habilidades da cunhada, que era modelista. O primeiro salão que alugaram tinha 80 metros quadrados. Hoje, o Grupo Morena Rosa possui quatro marcas. Somente a sede conta com 5.000 metros quadrados. Em 2009, a empresa faturou 200 milhões de reais.

9) Alberto Saraiva

 

Alberto SaraivaNascido em Veloza, uma aldeia simples de Portugal, os pais de Saraiva foram para o Brasil em busca de melhores condições. Morando em uma casa muito humilde, seu pai comprou uma padaria velha e muito ruim. No entanto, com menos de um mes, dois assaltantes mataram seu pai e ele se viu obrigado a assumir o negócio. Teve que mergulhar de cabeça e transformou um lugar quase falido na melhor padaria da região. Nessa época, conseguiu tirar a família do sufoco financeiro em que viviam e aprendeu a estratégia que se tornou fundamental no seu negócio atual – vender a preços “extremamente baratos”. Hoje, no comando de uma empresa com faturamento de 900 milhões de reais, ele é um exemplo da amplitude da mobilidade social no Brasil – termo capaz de resumir o fato de que, apesar do enorme fosso entre ricos e pobres, o país é um dos que oferecem melhores condições de ascensão econômica, mesmo em comparação com nações desenvolvidas.

10) Rolim Amaro

Para conseguir o brevê de piloto, seu sonho, Rolim Amaro abandonou o curso de contabilidade e se mudou para Catanduva (SP). Para bancar as horas de voo necessárias à habilitação, foi mecânico de automóveis, limpou aviões no aeroclube local e trabalhou como taxista. Conquistou seu brevê com 18 anos e tornou-se piloto de táxi aéreo. No final de 1963, foi contratado pela Transportes Aéreos Marília, uma empresa de táxi aéreo fundada por alguns pilotos e que operava aviões Cessna – os populares teco-tecos. Anos depois, Amaro comprou a empresa e a transformou no embrião da TAM, hoje a maior companhia aérea do país.

11) Soichiro Honda

 

soyichiro hondaSoichiro Honda iniciou sua trajetória profissional aos 16 anos, como aprendiz, numa oficina em Tóquio, Japão. Poucos anos mais tarde, voltou para Hamamatsu, sua cidade natal, e abriu a sua própria oficina. Aos 30 ele pensou em parar de consertar peças para fabricá-las. Investiu tudo o que tinha nesse projeto e começou a fabricar anéis para pistões. Queria vender seu trabalho à Toyota Corporation e trabalhou dia e noite para isso. Chegou a empenhar as jóias da esposa para permanecer no negócio. Quando finalmente terminou os anéis de pistão e os apresentou à Toyota, disseram-lhe que não atendiam aos padrões de qualidade da firma. Voltou, então, à escola por mais dois anos, até conseguir desenvolver anéis de qualidade, sendo vítima da chacota de seus colegas e de alguns professores durante esse tempo. Quando concluiu seu curso e voltou à Toyota, seu projeto foi aceito. Entretanto, seis meses depois, com o advento da segunda guerra mundial, sua fábrica foi bombardeada por duas vezes. Ele reconstruiu sua fábrica em ambas as vezes, porém um terremoto novamente a arrasou. Vindo o fim da guerra, Honda passou a trabalhar com motores recondicionados do excedente do exército. Com o Japão caótico após da guerra, um dos piores problemas era o transporte; os trens andavam lotados e havia um forte racionamento de combustível. Honda, então, improvisou um motor em uma bicicleta e criou a motocicleta. Passou a trabalhar nisso e seu primeiro lote de motocicletas, com 500 unidades, foi vendido rapidamente. Em setembro de 1948, então, foi criada a Honda Motor Company. Hoje ela é uma das maiores fabricantes de motos do mundo.

12) Samuel Klein

Nascido na polônia, em 1923, o judeu Samuel Klein sofreu com sua família em campos de concentração nazistas até o fim da guerra. Tendo sobrevivido, morou na Alemanha, de 1946 até 1951. Em 1952 foi para o Brasil e estabeleceu-se em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo com a família. Foi quando começou a trabalhar como comerciante. Tornou-se mascate, vendendo roupas de cama, mesa e banho de porta em porta, usando uma charrete. Em cinco anos de dedicado trabalho, conseguiu capital para comprar uma pequena loja, que chamou de Casa Bahia, em homenagem a seus fregueses, em sua maioria retirantes baianos vindo tentar a sorte na região. Hoje são mais de 560 lojas e o maior depósito de distribuição da América Latina. As Casas Bahia tornaram-se uma das maiores redes de varejo do País.

13) Silvio Santos

Filho de imigrantes judeus, Silvio Santos nasceu na travessa Bentevi, no bairro boêmio da Lapa, região central do Rio de Janeiro, além de seus pais, Silvio possuía cinco irmãos. Aos catorze anos já era camelô, trabalhando no centro do Rio de Janeiro, geralmente entre a avenida Rio Branco e a rua Sete de Setembro.Um fiscal de posturas da prefeitura carioca, percebendo o potencial de voz de Silvio, o convidou a fazer um teste na Rádio Guanabara(atual Rádio Bandeirantes do Rio de Janeiro).Silvio conquistou o primeiro lugar no teste da rádio, ganhando de nomes como Chico Anysio e José Vasconcelos, mas se manteve apenas 1 mês como radialista pois como ambulante ganhava mais.

Após servir ao exército, como paraquedista, Silvio decidiu ser locutor de uma rádio em Niterói. Percebendo que as viagens das barcas entre o Rio de Janeiro e Niterói eram marcadas pela monotonia, decidiu montar um serviço de alto-falantes nas embarcações. Nos intervalos das músicas, Silvio fazia anúncios de produtos. Nas barcas para a Ilha de Paquetá, os passageiros faziam filas nos bebedouros após dançarem as músicas tocadas por Silvio. Este então teve outra ideia: fez um acordo com a cervejaria Antártica para vender cerveja e refrigerantes. Na compra, o consumidor ganhava uma cartela de bingo e concorria a prêmios como jarras e quadros.

Após um acidente com a barca em que atuava, Silvio ficou sem poder exercer sua função, pois a barca ficou em conserto. Então, o diretor da Antártica o convidou a passar um tempo em São Paulo. Em São Paulo, Silvio começou a trabalhar em bares, apresentando espetáculos e sorteios em caravanas de artistas.

Logo passou à televisão, adaptando o formato dos shows, espetáculos e sorteios que fazia no circo. Seu primeiro programa, Vamos Brincar de Forca, estreou em 1962 e era transmitido pela TV Paulista, à noite. Um grande sucesso. Em 1964, passou a comandar seu programa aos domingos, das 12 às 14 horas. No decorrer dos anos, o formato seria expandido e aprimorado no Programa Silvio Santos. Paralelamente, Silvio partiu para novos empreendimentos: adquiriu de seu amigo Manuel da Nóbrega e de um alemão o Baú da Felicidade, empresa que vendia baús de presentes de Natal para crianças mediante pagamento em prestações. Depois de reformas no plano de negócios, a empresa ficou conhecida pela venda de carnês e sorteios. Quando a TV Paulista foi incorporada à Rede Globo, Silvio seguiu pagando aluguel pelo seu horário dominical, revendendo o tempo dos anúncios a outras empresas. Silvio também chegou a trabalhar na TV Tupi e na Record.

Em 1981, Silvio Santos obteve a licença para operar o canal 4 de São Paulo, que se tornou a TVS da capital paulista. A partir das emissoras do Rio e de São Paulo, surgiu o embrião do SBT. A rede se expandiu rapidamente através de afiliações, mas o Programa Silvio Santos continuava sendo transmitido simultaneamente pela Record, especialmente para alcançar o interior de São Paulo. A marca SBT passou a ser usada em toda a rede no final da década de 1980.

14) Milton Afonso

 

Milton_Soldani_AfonsoNascido em 1921, em uma família pobre, Milton era filho de uma mãe costureira e um pai aventureiro que tinha problemas com o jogo e a bebida. Após a morte do pai, sua mãe o colocou em um colégio adventista que, com muito custo conseguiu pagar. Esforçado, Milton se tornou um estudante prodígio e terminado o colegial, entrou para a faculdade direito. Em 1951, Milton Afonso se formou. Naquele mesmo ano, criou a Casa Editora de Legislação e sua revista Legislação Federal tornou-se a maior revista sobre impostos de renda no Brasil, alcançando a marca de 50 mil assinantes. O plano de ser um advogado famoso mudou para o desejo de ser rico e poder ajudar os pobres.

Em abril de 1971, motivado pelos amigos João Alberto Persson e José Carlos Elias, Milton Afonso criou a Golden Cross, instituição filantrópica com todo lucro direcionado a projetos educacionais, de assistência social e evangelização. Em abril de 1972, dez meses após sua fundação, a Golden Cross atingiu a marca de mil associados. Três anos depois já havia vendido cinco mil planos de saúde. Não demorou muito para que 70 mil contratos fossem vendidos em um só mês. Em 1984, a Golden Cross tornara-se a maior companhia de saúde na América do Sul e a quarta maior no mundo. Hoje, a Golden Cross emprega 70.000 pessoas — dentre estas 18.000 médicos e 5.000 representantes do seguro de saúde — e provê assistência a mais de dois milhões de associados.

No final de 1985, o senador Marco Maciel, então Ministro da Educação, pediu que Milton Afonso fosse a Brasília. Sabendo da ligação de Milton Afonso com o Presidente Tancredo Neves e da escola agrícola que havia fundado em São João Del Rei a seu pedido, o ministro perguntou: “Poderia a Golden Cross assumir a administração da Organização Santamarense de Educação e Cultura? O Governo daria total apoio, menos na área financeira”. Milton aceitou. Entre 1985 e 1994, o Dr. Milton colocou pelo menos 25 milhões de dólares nesse empreendimento, além de ter bancado os estudos de cerca de 60 mil alunos.

Em 1994, a OSEC passou a ser uma universidade plenamente habilitada, conhecida como UNISA (Universidade de Santo Amaro), tornou-se a maior universidade particular na grande área metropolitana de São Paulo, chegando a ter mais de 15 mil alunos, quatro belos campi, e oferecendo 36 cursos superiores. Escolas de medicina, enfermagem, odontologia, veterinária, farmácia, direito, ciência da computação e dois importantes hospitais universitários, são alguns dos investimentos de sucesso da UNISA.

Milton Afonso também se tornou dono de diversas estações de rádio pelo Brasil e pelo mundo, e uma rede de televisão em canal fechado, que hoje é financiado em 50% pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, do qual ele faz parte.

15) Raul Randon

 

raul randonDe família humilde, Raul Randon, já cultivava a terra com os avós aos 11 anos.  Aos 14, fabricava machados, enxadas e outras ferramentas com o pai e estudava à noite. Avesso à escola, desistiu dos estudos sem completar o ensino primário. Aos 18, foi para o quartel. Quando voltou, o irmão mais velho, Hercílio, que fazia um estágio em uma empresa, a 4 quilômetros de casa, sem remuneração, havia aprendido a montar motores à explosão e, na oficina do pai, fazia serviço de reforma de motores. Projeto a que Raul se incorporou. Um ano depois, com um amigo do irmão, formaram uma sociedade para fazer máquinas impressoras. Foram apenas 12 máquinas fabricadas, porque, um incêndio destruiu a oficina e eles ficaram sem nada.

A fé católica evitou que desanimassem. Ao contrário, voltaram à reforma de motores na oficina de manutenção de uma fábrica de tecidos, enquanto construíam o pavilhão para instalar a própria oficina. Em 1953, um amigo lhes apresentou o italiano Antonio Primo Fontebasso, que deu a ideia de fabricar freios a ar para reboques. Como não é de perder oportunidades, abriu a Mecânica Randon Ltda, sociedade que durou dois anos, porque Fontebasso adoeceu e se retirou. Os irmãos passaram a fabricar o 3º eixo para caminhões e semi-reboques de um e dois eixos, uma revolução na época e o primeiro passo certeiro para o sucesso que viria a seguir.

Lá, no início, quando produzia 700 unidades/mês de sistema de reboque e foi à Itália conhecer outras indústrias do setor, voltou com a ideia de aumentar esse número para 1mil/mês. Quatro anos depois, inaugurou a primeira fábrica de caminhões com três eixos brasileira. O mesmo aconteceu quando, também na Itália, visitou uma fábrica de queijos Grana Padano, conduzido por amigo italiano admirador de sua produção de maçãs. Logo, chegavam ao Brasil dois aviões Boeing cheios de vacas holandesas e eram investidos 3 milhões de dólares, que resultaram na produção do Gran Fromaggio.

Ele reconhece que o sucesso da produção de maçãs, vinhos e queijos está ancorado na saúde financeira do braço de máquinas e implementos. Foi de lá que veio o dinheiro para dar início aos agronegócios. Hoje, orgulhoso, percorre as instalações da fábrica de queijos, onde estão armazenadas 23.500 formas de 40kg cada do único queijo do gênero no Brasil. Expandiu a atuação no mercado vinícola e se tornou, junto com a Miolo e a Lavora, um dos sócios da vinícola Almadén, em Santana do Livramento. E, claro, tem muitos planos de expansão.

16) Guilherme Leal

 

guilherme lealApesar de ser filho de funcionário público, Guilherme Leal, com três irmãos, viu que precisaria trabalhar cedo para sobreviver. Assim, começou a trabalhar com 17 anos e resolveu fazer Administração de Empresas na USP, à noite. Chegou a trabalhar numa das superintendências da Fepasa, empresa estatal de transporte ferroviário do Estado de São Paulo. Foi nessa época que conheceu Pedro Passos, que depois viria a se tornar um de seus sócios na empresa de cosméticos Natura. Lá se desiludiu com a corrupção e a ineficiência de algumas instâncias da estatal. Quando foi demitido não quis voltar a uma empresa pública. Então, no fim dos anos 70 resolveu ajudar a construir uma pequena empresa privada. Ela viria a se tornar a Natura. A visão de negócios de Leal, assim como a de seus sócios, Pedro Passos e Luiz Seabra, entende que o papel de uma empresa não se resume à geração de empregos e de impostos e defende que toda organização pode e deve contribuir para a transformação socioambiental. Essa postura imprimiu uma forte identidade à Natura que passou a ser reconhecida como referência em responsabilidade social corporativa e em inovação baseada na sustentabilidade. Leal é hoje um dos homens mais ricos do planeta.

17) Antônio Luiz Seabra

É um dos fundadores da Natura Cosméticos.Tudo começou numa  loja pequena  na rua Oscar Freire em São Paulo onde ele mesmo formulava e vendia seus cosméticos. Em parceria com Guilherme Leal e Pedro Passos, fez da  Natura uma  empresa multinacional, atualmente  em sociedade anônina no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, Venezuela, e França, com planos de extensão para os Estados Unidos da América.

18) Luiza Helena Trajano

Luiza

 

Luiza começou a trabalhar com 12 anos como balconista na Magazine Luiza, loja criada pelos seus tios, Luiza e Pelegrino Donato. Passou por diversos cargos até assumir a direção da empresa. Sempre mostrou ser muito competente. Em 1992, antes mesmo da internet chegar ao grande público, ela desenvolveu o conceito de “lojas virtuais”, iniciativa que permitiu a chegada da rede a locais onde ela ainda não tinha presença física – inclusive a São Paulo, o maior centro consumidor do País. Luiza, como gosta de ser chamada, aposta na ampliação do relacionamento pessoal. Sua maior conquista dentro da empresa foi saber oferecer crédito fácil e rápido, com taxas de juros pequenas e prestações suaves, aos clientes, principalmente os de baixa renda. Hoje Luiza é considerada como exemplo de sucesso pelos estudantes de administração, que vêm realizando cada vez mais trabalhos acadêmicos sobre a sua atuação empresarial.

A Magazine Luiza é citada como exemplo em gestão humana. Segundo a empresária: “Quando assumi a direção do Magazine Luiza, procurei alguns bons exemplos em outras empresas. Notei que existiam aquelas que eram muito lucrativas e onde todos pareciam infelizes, e as pouco lucrativas, onde todos pareciam sentir-se bem. Perguntei-me, então: não seria possível juntar o melhor dos dois mundos?“. Ela acredita no potencial de cada ser humano e tem a tecnologia como aliada para aproximar pessoas e simplificar processos. Em suas palestras, ela conta que cada um dos seus funcionários é visto pela empresa como um empreendedor. Isso é uma das receitas para o sucesso da Magazine Luiza, que tem sede em São Paulo e filiais em quase todo o Brasil. Luiza Trajano chegou a ser uma das ganhadoras do Prêmio “As mulheres mais influentes do Brasil” da Gazeta Mercantil e Revista Forbes Brasil. Sua gestão também foi objeto de estudo pela Harvard Business School (EUA) como case de sucesso empresarial e a Magazine Luiza por diversos anos foi eleita a melhor empresa para se trabalhar pelo Great Place do Work/ Revista Exame.

19) João Carlos Paes Mendonça

Nascido na Serra do Machado, em Ribeirópolis, interior de Sergipe, começou ajudando seu pai, dono de uma pequena mercearia, em 1935. O negócio cresceu a tal ponto que João Carlos resolveu trazer as atividades da família para Pernambuco. Foi quando, aos 26 anos, o então dono de mercearia, João Carlos, inaugurou em 1966 a primeira loja da rede de supermercados Bompreço, no bairro de Casa Amarela. A inauguração representou uma inovação no setor. A partir da década de 70, a rede começou a se expandir com novas lojas em Boa Viagem, João Pessoa (PB) e Maceió (AL). Em 81, o Bompreço chegou aos estados do Pará, Espírito Santo e São Paulo.

Em 1982 foi lançado o Hipercard, cartão de crédito que nasceu com a finalidade de diminuir o volume de cheques e fidelizar os clientes. A financeira ultrapassou os caixas do Bompreço e hoje é administrada por um banco privado.

Outro artifício para fidelizar o cliente foi o Bomclube, criado em 1995. Cartão no qual os consumidores ganham bônus, à medida que compram, para trocar por mercadorias. Até que em 1996 o grupo famoso pelo “orgulho de ser nordestino” (slogan usado até hoje pelas empresas de Paes Mendonça) abriu parte de seu capital para o grupo holandês Royal Ahold. Em 2000, a venda do Bompreço para o grupo europeu foi consumada. Uma operação que movimentou 115 milhões de dólares. Depois disso, passou a se dedicar ao ramo da Comunicação e ao setor imobiliário, mas os shoppings são o carro-chefe do grupo. Somente no Nordeste, JCPM mantém 10 centros de compras, sendo cinco em Pernambuco, dois na Bahia, dois em Sergipe e um no Ceará.

Quando perguntado sobre o segredo para se alcançar tal trajetória, ele respondeu: “Você tem que focar, ter perseverança, trabalhar muito, economizar e ter paixão pelo que faz”.

20) Antônio Carlos Ferreira

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O empresário Antônio Carlos Ferreira, hoje com 48 anos, cresceu na pobreza. Quando criança, vivia em uma favela com sua família, na cidade paulista de São Caetano do Sul. Por muitas vezes não teve sequer o café da manhã. Começou trabalhando como engraxate e depois percebeu que podia ganhar mais catando sucata na rua e revendendo para o ferro-velho. Conseguia o equivalente a trinta reais por semana. Durante a manhã, estudava em um colégio público e à tarde catava sucata. Hoje, passadas mais de três décadas, Ferreira é dono da Neolider, fornecedora de tubos de aço, que faturou R$ 200 milhões no ano passado e tem clientes do porte da Petrobras, Nestlé e Coca-Cola.

21) José Alencar

Nascido no município de Muriaé, em Minas Gerais, José Alencar precisou percorrer um longo caminho até montar seu império têxtil e chegar à vice-presidência da República. De família pobre e com 14 irmãos, não tinha energia elétrica, nem água encanada, o que o obrigava a buscar água no poço todos os dias. Sem acesso à escola, Alencar foi alfabetizado pelos próprios pais. Aos 7 anos de idade, Alencar começou a trabalhar, ajudando o pai na venda, e aos 14 deixou a casa da família para trabalhar como balconista numa loja de tecidos. O trabalho obstinado transformou o menino pobre de Muriaé em proprietário de uma lojinha em Caratinga com apenas 18 anos. Ele ainda seria viajante comercial, atacadista de cereais e dono de uma fábrica de macarrão. Criada em 1967 por Alencar, a Coteminas se tornou uma das maiores têxteis do mundo.

22) Antonio Setin

Começou a trabalhar aos 13 anos como uma espécie de faz-tudo em uma marcenaria. Varria, cortava madeira e ajudava na fabricação. Nesse trabalho, onde permaneceu durante 11 anos, ele descobriu seu gosto por desenho e aprendeu a negociar, pois era quem atendia diretamente a clientela. Aos 25 anos, então, formado em arquitetura, abriu seu primeiro escritório, no bairro da Casa Verde, na capital paulista, e mirou em um público a que poucas pessoas davam atenção: a classe C. Ao lado dos irmãos, com o lucro da marcenaria, começou a comprar terrenos e construir casas populares para depois vendê-las. De casas populares, a construtora passou a construir imóveis para a classe média e depois hotéis.Ele afirma que as dificuldades o tornaram mais paciente e persistente. Também diz que nunca pensou em ganhar dinheiro, mas apenas em fazer o que gostava. Hoje ele é dono da Setin, uma incorporadora que fatura R$ 400 milhões.

23) Salim Mattar

 

salim mattarComeçou como office boy e com 17 anos colocou na cabeça que um dia abriria um negócio. Conforme o tempo passou, Salim chegou à gerência de uma mineradora. Ali, abriu a Localiza, locadora de carros, com um sócio. No início trabalhavam todos os dias, 24 horas por dia. Revezavam, passando noites no escritório. Hoje a Localiza é uma das maiores locadoras de carros do país.

 

24) Élio Dávila

Élio

 

Décimo quarto filho de um casal que teve 15 filhos, Élio foi adotado por uma irmã que casou cedo, logo que sua mãe morreu. Como a situação era difícil, ele começou a trabalhar aos oito anos, vendendo pastéis. Seu pai adotivo bebia e o maltratava sempre. Por isso, um dia fugiu e passou a viver na rua. Ficou três meses nessa situação, até que seu pai um dia o achou e levou para casa. Quatro meses depois ele fugiu de novo. Arrumou um emprego como lavador e guardador de carros em frente ao Copacabana Palace. Fazendo amizade com os porteiros, aprendeu conheceu vários guias turísticos. Um deles o levou para conhecer a sra. Stella Barros, com quem aprendeu boas maneiras. Ele trabalhou em sua empresa alguns anos. Hoje é dono da empresa FlyTour, de turismo.

25) Afonso Celso de Barros Santos

 

Afonso Celso de Barros SantosCom uma infância pobre, Afonso viu sua família ser despejada diversas vezes de casas por não conseguir pagar o aluguel. Chegou a ser Office boy do Bradesco para ajudar nas despesas de casa. Com muito custo, montou uma pequena locadora de carros. No início era um negócio com 21 carros e quatro funcionários. Hoje, são 18 mil carros e duas locadoras: Avis e Budget.

 

Alguns comentários sobre essa lista

Há algumas lições que podemos tirar dessa lista de empresários que começaram do zero:

Primeira Lição: Ela detona o vitimismo que a esquerda criou para nos fazer acreditar que quem nasce pobre e oprimido, passará a vida inteira pobre e oprimido. A esquerda quer que acreditemos nisso porque é baseado nisso que ela tenta vender a ideia de que precisamos do Estado para mudar esse quadro. O vitimismo tem como objetivo criar dependência do governo, aumentando suas funções e, obviamente, o seu poder. Ele se torna o responsável por redimir os pobres de seu destino cruel, destino este que eles não poderiam mudar sozinhos, segundo a esquerda.

Alguém poderia dizer aqui que é um número ínfimo de pessoas que consegue a proeza de começar do nada e se tornar um rico empresário e que, por isso, não devemos achar que os outros podem mudar seus destinos sozinhos. Mas há uma falha nesse argumento. Ele presumi que todos tem o perfil necessário para se tornar empresários e só não conseguem porque é muito difícil. Acontece que nem todo mundo tem vontade, aptidão ou coragem para se tornar empresário. Da mesma forma, nem todo mundo tem vontade, aptidão ou coragem para ser médico, jornalista, marceneiro ou professor. Isso vale para todas as profissões. Não podemos simplesmente pegar todas as pessoas do mundo e calcular quantas delas se tornam médicas ou carpinteiras, por exemplo. Se o fizermos, chegaremos à conclusão de que um número ínfimo de pessoasse tornou um desses profissionais e que, por isso, todas as pessoas precisam ser ajudadas pelo governo para se se tornarem médicas, carpinteiras e etc.

O leitor percebe a falha do argumento? O que deve ser levado em consideração aqui é sempre o perfil da pessoa. Ou seja, quantas pessoas com perfil de médico (isto é, que querem, tem coragem e tem aptidão para serem médicas) se tornam médicas? E o mesmo para todas as demais profissões, inclusive a de empresário. Quando limitamos o cálculo a quem, de fato, tem o perfil da profissão, percebemos que o número de pessoas que começa do zero e consegue algo não é tão pequeno assim. E eu não estou falando apenas de ficar milionário, mas simplesmente de ter um negócio bem sucedido.

Há ainda outro ponto que precisa ser ressaltado. Em um mundo em que a mentalidade dos governos é cada vez mais intervencionista, muitas pessoas não conseguem deslanchar em seus negócios por culpa do governo. Altíssimos impostos, burocracia, inflação são alguns exemplos que muitos pequenos empresários enfrentam ao abrirem seus negócios, o que acaba por fazê-los falir. Neste caso, portanto, o que a esquerda diz ser o remédio é justamente o que impede uma pessoa com perfil de empresário mudar de vida.

É óbvio que não estou dizendo que qualquer pessoa com perfil de empresário conseguirá se dar bem na vida ou que existem muitas pessoas com esse perfil. O que estou dizendo é simplesmente que é perfeitamente possível sair do zero e conseguir ser bem sucedido. E eu acredito que isso não é “extremamente improvável”, como querem nos fazer crer os esquerdistas.

Segunda Lição: Os integrantes desta lista fizeram muito mais para melhorar o mundo do que o governo, com suas empresas públicas e seus assistencialismos. Em primeiro lugar, porque quando o governo tem uma empresa e essa empresa consegue bons resultados (o que é muito raro, diga-se de passagem), o investimento gasto para alcançar esses bons resultados é feito com dinheiro público, isto é, o nosso dinheiro. E quando se trata de governo, sabemos que a quantia gasta é sempre astronômica, porque o dinheiro é público, pode ser esbanjado à vontade pelo governo, pois sempre haverá mais. Em contrapartida, os empresários de nossa lista não usaram nosso dinheiro e tampouco tiveram a sua disposição quantias ilimitadas. Todo o dinheiro de investimento que tiveram para chegar até onde chegaram foi dinheiro privado e limitado (como é da natureza do dinheiro privado).

Em segundo lugar, porque assistencialismo não resolve problemas. O que resolve problemas é emprego. E para que exista emprego é necessário que haja empresas. E quanto maiores forem essas empresas, mais empregos teremos. Então, as 25 personalidades de nossa lista não apenas mudaram seu próprio destino, tornando-se ricas, mas geraram milhares de empregos.

A verdade é que os empresários dessa lista foram muito mais nobres e honestos do que qualquer marxista sincero ou manifestante revolucionário que tenha passado a vida inteira lutando contra a burguesia. Afinal, nossos “queridos” anti-burgueses desejam melhorar o mundo lutando contra quem gera empregos, a fim de expropriar-lhes os bens e deixá-los mais pobres. Isso, além de ser desonesto, é idiota.

Vamos imaginar uma situação surreal em que um grupo esquerdista põe a cabo um plano magnífico, onde todos os bens de Silvio Santos são vendidos e dados aos pobres. Sabe quais seriam as conseqüências disso? Primeira: poucos seriam os ajudados, pois a fortuna de Silvio Santos não pode salvar todo mundo. Segundo: o dinheiro desses poucos iria acabar logo (pois com tantas pessoas para dividir, ninguém ficaria rico) e eles voltariam para suas vidas miseráveis. Terceiro (e este é ponto mais importante): um número enorme de pessoas passaria por mais privações. Começaria pelos milhares de funcionários das empresas de Silvio, que perderiam seus empregos. Depois os funcionários de empresas que de alguma maneira dependiam das empresas de Silvio. Depois os funcionários de bancos que de alguma maneira ganhavam com as empresas de Silvio. E por aí vai. É uma reação em cadeia. Com isso concluímos que lutar contra empresas é algo cruel. Dependemos delas.

Terceira Lição: A lista nos ensina que o dono de uma empresa pode administrá-la como bem entender. Isso quer dizer que há espaço para pessoas preocupadas com a proteção à natureza ou com o bem estar de seus funcionários ou mesmo com os pobres da sociedade (e, de fato, essas pessoas existem, como vimos no caso de Guilherme Leal, Luíza Trajano e Milton Afonso). Tal constatação me faz, uma vez mais, pensar na desonestidade dos esquerdistas. Eles pregam o ódio às empresas privadas e querem abocanhar todos os seus lucros. No entanto, eles mesmos não incentivam que cada um ponha a mão na massa, criando empresas que trabalhem dentro de seus ideais. Ora, há tantos esquerdistas por aí. Será que ninguém tem perfil de empresário? Será que ninguém consegue montar uma empresa do zero e criar um império? Por que eles insistem em fazer “justiça social” em cima do esforço e do dinheiro dos outros?

Vou mais longe. Se ser empresário é algo tão desprezível, e os funcionários são os únicos que merecem o lucro da empresa (conforme a visão dos marxistas e esquerdistas radicais), devemos concluir que montar e gerir uma empresa é algo muito fácil. Afinal, o empresário não tem mérito nenhum. A coisa deve ser simples demais e qualquer um pode fazer. Seguindo essa lógica, porque os esquerdistas não se formam diversas empresas que façam a tal “justiça social” como eles querem? A resposta é simples: desonestidade. Eles querem distribuir dinheiro, mas o dinheiro de outros.

Quarta Lição: A lista nos ensina que a iniciativa privada é capaz de fazer milagres do nada, ao contrário do governo. Conseguiria o governo gerir uma empresa começando do zero? É claro que não. O governo, para fazer qualquer coisa chegar próximo de dar certo, precisa gastar bilhões e bilhões de investimento, desde o início. Isso me põe a pensar se não seria melhor permitir que a iniciativa privada tomasse as rédeas da economia, deixando para o governo apenas a função de manter a paz, as leis e os contratos.

Quinta Lição: Quando um esquerdista se coloca contra todo o empresariado, está se colocando também contra estes empresários que começaram do nada. Penso que essa atitude é muito grave. Afinal, não são os esquerdistas que lutam para os pobres e os proletários tenham uma vida melhor? Como então eles se posicionam contra aqueles que conseguem vencer as adversidades e mudarem suas vidas? E mais uma vez: eu não estou falando só desses que se tornaram milionários. Há milhares e milhares de pequenos empresários que também começaram do nada e, embora não tenham se tornado sequer ricos, têm hoje uma boa condição e geram empregos.

No bairro pobre onde eu moro há vários exemplos. Há uma casa de doces que já tem uns 5 anos, acredito. A loja é um cubículo. Seus donos são um casal de senhores que começaram trabalhando sozinhos. A loja hoje tem uns três funcionários, além deles mesmos. Há um mercadinho que já tem mais de dez anos. Ele não tem filiais, mas desde que começou, já expandiu bastante seu espaço. Os donos ainda trabalham ativamente no local, juntamente com seus funcionários (que devem ser uns quatro). Ele aproveitou seu lucro e alugou espaços ao lado para outros comércios. Também montou alguns apartamentos logo em cima de sua loja. Gente boa e simples. Há uma padaria que é de dois irmãos. Eles também trabalham lá até hoje, embora a padaria tenha vários funcionários. O pão de lá é gostoso e eu acredito que eles tenham um bom lucro. E por aí vai. Todas essas pessoas são pobres e já foram proletários algum dia. E todas elas, muito embora sejam empresárias hoje, continuam trabalhando em união com seus funcionários. Lutar contra essas pessoas me parece um crime.

Sexta Lição: A evolução do mundo empresarial nos trouxe duas coisas interessantes que os primeiros marxistas e o próprio Marx não poderiam prever: a possibilidade de promoções de cargo e a possibilidade de se tornar acionista da empresa. Sem dúvida isso embaralha toda a teoria da luta de classes, com patrões contra empregados, cada qual em sua função bem definida. Como pudemos ver na lista, alguns empresários alcançaram sua posição atual começando como office boy. Outros se tornaram acionistas, o que cria uma categoria de classe onde uma mesma pessoa é burguês e proletário.

Sétima Lição: Um rico empresário não precisa sair distribuindo dinheiro para melhorar o mundo. Se ele quiser fazê-lo, um tanto melhor. Mas o simples fato de ele ser rico e bem sucedido e continuar sendo rico e bem sucedido, melhora o mundo. É a sua permanente riqueza que gera empregos, que auxilia outras empresas e que move a economia. O dinheiro que um rico empresário tem no banco, por exemplo, já tem uma importância enorme, pois é o que irá alimentar o banco, os projetos do banco, os funcionários do banco e todos os que dependem dos projetos e dos funcionários. Enfim, lutar contra empresários é uma sandice.

Conclusão

Essa lista é um resumo do que pessoas com perfil empresarial podem fazer. O empreendedorismo é uma habilidade admirável e muito importante para a sociedade. Da mente arguta de empreendedores, muitos empregos surgem, muitas pessoas sobem de cargo, muitos talentos são encontrados. Todos saem ganhando. Até o governo, pois quando uma pessoa se torna rica e suas empresas ficam grandes, os impostos sobre ela aumentam. Então, os políticos que querem fazer “justiça social”, ainda podem fazê-la por meio dos impostos arrecadados. Mas se adotamos a postura de lutar contra os empresários e suas empresas, o que nos resta são apenas enormes empresas públicas deficientes e algumas poucas macro empresas privadas que descansam sem competição porque o governo mata a iniciativa privada, deixando-as sozinhas no cenário empresarial. Este é o mundo esquerdista. Este é o tenebroso “capitalismo” de esquerda.


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Quem ousa defender a liberdade de expressão de Yoani Sanchez?

A blogueira cubana Yoani Sanchez, famosa pela sua oposição ao regime castrista através do blog Generación Y e pela perseguição sistemática que sofria sob tal ditadura, finalmente obteve permissão para sair da ilha e viajar a outros países.

Quando desembarca no Brasil, “uma das maiores democracias do mundo”, é surpreendida por nada mais nada menos que uma turba enlouquecida de esquerdistas, defensores ferrenhos da ditadura comunista no país, que a ofenderam de todas as impropéries que podiam e não podiam. A blogueira limitou-se a dizer que desejava que em seu país houvesse liberdade para fazer o mesmo.

No entanto, caros amigos, ainda existe vida inteligente no Brasil. Há gente neste país que mais do que se preocupar com a liberdade humana está empenhada em defendê-la de fato. Refiro-me aqui à exemplar manifestação de apoio do Liber à Yoani Sanchez ocorrida hoje pela tarde (21 de fevereiro de 2013) em São Paulo.

Só pela coragem de sair em manifestação sabendo que encontrariam forte oposição dos “revolucionários” chegados em um regime militar, os libertários já merecem elogios. Este ato, pequeno porém importante, marca o início de um novo ciclo na política brasileira. Acreditem, parece exagero mas não é: este ato marca o início da retomada do ambiente público e da opinão pública, pelos valores liberais. Largar um pouco os blogs, as palestras, as editoras, para arregaçar as mangas, fazer placas e cartazes e sair em uma manifestação deste tipo leva os valores liberais a um outro nível, muito mais próximo do público do que a velha estratégia de gastar horrores com ciclos de palestra e publicações de livros que só os convertidos leem. Paramos, enfim, de pescar dentro do aquário.

Gostaria portanto de, em nome do Direitas Já, parabenizar os membros do Liber pela mobilização. A causa da Liberdade tem muito a agradecer a vocês.

Confira algumas fotos da manifestação:
espioes CIA

Há também um vídeo disponível no YouTube:

Jovem morto por dono de restaurante a facadas

Sete reais, esse foi o preço da vida de turista morto no Guarujá, cidade no litoral de São Paulo.

Segundo a polícia, Mário Sampaio foi jantar em um restaurante, que fica no bairro Enseada, por volta das 19h30. Ele estava acompanhado de três amigos e a namorada. A confusão começou quando ele foi pagar a conta e teria se recusado a pagar o valor de R$ 19,99. Ele alegou que o valor divulgado na entrada era de R$ 12,99. Os garçons e o gerente começaram a agredir o jovem e quando ele ligou para a polícia o dono do estabelecimento foi na cozinha, pegou uma faca e depois esfaqueou  3 vezes o jovem na costa.

Vamos analisar o fato

Na lógica dos desarmamentistas, nós deveríamos banir as facas também, elas matam assim como as armas de fogo. Mas não, não vi nenhum grupo de direitos humanos se indignando com isso ou levantar a hipótese de se banir armas. Agora vamos a lógica de uma forma correta, se o jovem ou um dos seus amigos tivesse um arma para defesa própria, certamente os garçons e nem o gerente teriam atacado o jovem e muito menos o dono teria o esfaqueado.

Mais uma vez podemos concluir que o mal está nas pessoas, em seus corações e mentes, não nos objetos. Se esse jovem tivesse no mínimo um revolver .32, não teríamos uma vida sendo ceifada por apenas 7 reais e de uma forma brutal.