A esquerda e a derrota

O raciocínio de esquerda a respeito da derrota é similar em todos os campos em que há vencedores e perdedores. A estrutura lógica do pensamento é a seguinte: se alguém, principalmente se for mais fraco, perde, a culpa não é dele. De quem é? Do capitalismo, da sociedade, enfim, de qualquer terceiro, nunca daquele perdeu.

O Partido da Causa Operária, por meio do jornal Causa Operária, após a humilhante derrota da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014 para a Alemanha por um placar histórico, publicou um artigo sobre a partida. Não é de se surpreender que ele está situado na mesma estrutura de raciocínio acima.

De acordo com o artigo, escrito pelo candidato à presidência do Brasil nas eleições de 2014 e presidente do PCO Rui Costa Pimenta, a derrota veio muito antes do início da partida. A derrota da seleção brasileira foi o resultado das ações da “direita nacional, dos monopólios capitalistas, da imprensa” e até mesmo de outros setores da própria esquerda, numa disputa entre semelhantes ideológicos que muita se assemelha (só que mais amigável) ao embate entre Josef Stalin e Leon Trotsky após a morte de Vladimir Lenin na União Soviética, que terminou com a vitória de Stalin, e com Trotsky sendo expurgado da ex-URSS e posteriormente assassinado no México.

O artigo continua como é de praxe no futebol entre aqueles que não conseguem assumir a derrota por incompetência, ou seja, atribuindo a culpa à arbitragem. De fato, por vezes a arbitragem influencia sim no resultado final, mas não em um massacre desse nível. A seleção, “que não pode ser culpada por nada”, teve que lutar “contra todos os juízes e tramoias obscuras” sem o seu melhor jogador, igual ao povo brasileiro, e aí surgem os apelos emotivos característicos.

Já outro artigo, publicado logo após a derrota, esbanja a caricatura do argumento. De qualidade argumentativa inferior, tanto por conhecimento sociopolítico quanto por até mesmo do próprio futebol, descreve com um ufanismo inicial que a seleção brasileira jogava melhor que a alemã até sofrer o primeiro gol, e que poderia dominar um jogo contra uma seleção que possui alguns dos melhores jogadores do mundo com facilidade. Mas o Brasil jogava desfalcado, sem seu capitão Thiago Silva – como se a ausência de um único jogador entre 11 fosse suficiente para desestabilizar um time que dominaria com facilidade. O capitão foi, segundo o autor, suspenso “coincidentemente” no jogo contra a seleção colombiana, num lance em que atrapalhou o goleiro colombiano enquanto o mesmo mantinha a posse de bola e iria fazer a reposição, e já que “a regra é clara”, se trata de uma infração a ser punida com cartão amarelo, que tirou o jogador da semifinal.

No mesmo jogo, o Brasil perdeu Neymar, o craque do time, num lance em que o árbitro não marcou falta pois aplicou a lei da vantagem, errando apenas em não advertir o jogador posteriormente – como se dar cartão ao jogador fosse trazer o Neymar de volta da lesão. Todavia, novamente segundo o autor, Brasil foi altamente prejudicado nisso, algo que colocaria a participação país em risco – como se a própria seleção brasileira não tivesse ganho a Copa do Mundo de 1962 após perder o gênio Pelé também por lesão logo no segundo jogo e como se a Alemanha não estivesse perdendo vários jogadores para a disputa do mundial meses antes da disputa.

Aqueles que julgam que a Alemanha, país tradicionalíssimo no futebol e com jogadores titulares entre os melhores clubes do mundo, possui melhor seleção não é porque realizaram um trabalho recente mais sério em relação ao esporte do que o Brasil. Não, é superior pois existe um sentimento da época nazista da superioridade germânica, algo que a classe média coxinha (termo que se popularizou entre a esquerda recentemente) aceitou. Aliás, a classe média coxinha é aquela que não supostamente não apoiava o time, e o belo canto do hino brasileiro antes dos jogos, por exemplo, deve ser pura ilusão.

Já no que diz respeito à economia da Alemanha, a mesma é, segundo o mesmo raciocínio vitimista, a responsável por milhões de mortes por fome na Europa e no mundo todo. Sobre a Europa, é algo completamente em desacordo com a realidade. Talvez a fonte da informação seja uma declaração de Vigdís Hauksdóttir, islandesa do Partido Progressista islandês, que afirmou que a Europa sofre de fome atualmente e que Malta não é um país. Vigdís foi criticada por Sigríður Víðis Jónsdóttir, diretora de comunicações da UNICEF na Islândia, pelo uso trivial e irresponsável da palavra fome. Também afirmou que, estatisticamente falando, se realmente esse fosse o cenário, com o tamanho da atual população europeia, aproximadamente dez mil pessoas estariam morrendo todos os dias em cidades como Roma, Atenas e Madrid, o que de fato não prossegue.

De qualquer forma, o que faz a Alemanha com o seu maldoso programa de austeridade, que causa fome em terceiros? Tenta manter as contas públicas em ordem, sem gastar muito e sem usurpar muitos recursos do setor produtivo da sociedade por meio de altos impostos, preza por produtividade caso queira mais salários e produção, e qualquer outra coisa economicamente sensata. Aliás, a austeridade alemã não é tão resistente quanto a suíça ou a báltica, mas está muito distante das insanidades cometidas por Reino UnidoEspanha, Grécia, França e outros países da União Europeia. Mais detalhes de austeridade na Europa e suas consequências neste link.

Na mentalidade vitimista, países que passam por dificuldades econômicas são vítimas. Antes, apenas dos Estados Unidos imperialista neoliberal “e insira aqui mais alguns termos pejorativos”, mas agora a Alemanha se tornou o mais novo alvo, principalmente no contexto europeu. Esses países mais pobres não passam por dificuldades pois em alguns momentos no passado erraram e esses erros refletem na atualidade, passam por dificuldades pois terceiros impuseram essa realidade. Se você não faz o certo e erra a culpa não é sua, é dos Estados Unidos. Ou, nos casos mais recentes, da Alemanha.

Enfim, o que é a Esquerda?

Texto escrito pelo blogueiro Luciano Ayan, em 2010. Para ler o texto original clique aqui. Para ler as postagens atuais do seu blog, clique aqui.

Várias vezes neo ateus se opõem ao que escrevo de forma indignada, dizendo algo como “O Luciano quer dizer que nós somos de esquerda, mas eu não sou marxista”.

Por isso, já passou do tempo de esclarecer bem a questão da esquerda, e EXATAMENTE o que trato quando cito a esquerda.

Uma forma melhor de tratar a esquerda, como um todo, seria como sistema humanista de governo.

O humanismo, naturalmente, não nos diz como gerir economicamente um país, mas dá uma base para todas as ideologias da esquerda.

O humanismo é a crença na idéia de que o homem, por sua ação, poderá criar um mundo perfeito, isento “de males”.

Daí, os sistemas de governo da esquerda traziam a idéia: “Então vamos inchar o estado para fingir que lutamos por esse mundo”. Simples assim.

Muitos religiosos duvidam do paradigma humanista, pois simplesmente acreditam que o ser humano é falível. Digamos que para o religioso o ser humano é um pecador em potencial.

Para chegar à essa constatação, não precisamos nem da religião, pois até alguns filósofos ateus concordam exatamente com a mesma proposição. Como exemplo, John Gray e Arthur Schopenhauer.

Para John Gray, a idéia de que o homem poderá criar um paraíso em Terra através “da ciência” não passa de uma ilusão, um ranço que vem dos tempos do positivismo. E John Gray usa em sua teoria apenas a teoria da evolução. (Por isso, nem todo ateu é humanista, mas quase todo humanista é um esquerdista, e o neo ateu é um humanista radical)

Qualquer conservador, em essência, duvida de qualquer sistema de governo humanista. Portanto, por tabela duvida de qualquer sistema da esquerda.

Marxismo, liberalismo social e social democracia são as três principais alternativas para um sistema de governo de esquerda. E todos são derivados logicamente do humanismo.

O marxismo promete o mundo sem divisões sociais através da luta armada. Já a social democracia promete o mesmo mundo, mas obtido a partir de uma luta democrática. O liberalismo social é o mais facilmente vendável, e hoje atinge o PSDB no Brasil e o governo Obama nos Estados Unidos (lá eles atendem pelo nome de “Democratas” ou “Liberais”), e foca na luta por um mundo sem fronteiras, com “justiça social” e o blábláblá de sempre.

O neo ateísmo é uma vertente liberal de anti-religiosidade, surgida com o fim de aumentar o poder político dos “seculares”, uma “tropa de elite” de humanistas seculares mais agressivos, sempre com o viés globalista, mania de todo liberal. (Não vamos confundir com liberalismo social, dos “liberais” da esquerda, com o liberalismo econômico, dos conservadores)

Em um post que que fiz em 15 de setembro, Brasil: Game Over OU O Começo da Ditadura Formal, Licorne Negro fez algumas perguntas extremamente relevantes:

Gostaria de saber qual a origem desse delírio esquerdista de achar que todo partido que está na situação é de direita, não importa que seja de esquerda e aja com uma agenda de esquerda, adaptando apenas pontos mínimos (geralmente na economia) devido à necessidade de agir de forma minimamente realista. Isso viria da época de Dom Pedro, em que se dizia que não há nada mais conservador que um liberal no poder? Ou isso faz parte da estratégia gramsciana? Também gostaria de saber porque no Brasil tratamos o PSDB como direita? E porque muita gente diz que nos Estados Unidos só há partidos de direita, mesmo que os Democratas tenham se mostrado esquerdistas em todo seu modo de agir?

Excelente questão, diga-se.

Os fatos são os seguintes.

O PSDB é de esquerda (da linha do liberalismo social) e o PT também (da linha marxista).

É importante notar que o fato do PT ser de linha marxista não implica em que eles tenham que usar a política soviética exatamente como foi feita por lá.

Pelo contrário. De acordo com a estratégia gramsciana, eles podem até utilizar preceitos liberais, uma política de mercado para alguns setores e até aliança com mega-empresários (Eike Batista, Abílio Diniz, Silvio Santos), tudo em nome da obtenção do poder.

Já o PSDB que aparenta ser de “direita” (somente no discurso dos marxistas puristas), no final das contas defende a mesma coisa, só que fez algumas privatizações.

Mas todas as privatizações feitas pelo PSDB foram insuficientes diante do inchadíssimo estado brasileiro.

É aí que temos o cerne da esquerda, da qual ambos fazem parte. Toda a esquerda tem como pilar o estado inchado.

Pois o estado inchado será o “meio” através do qual esses auto-declarados “iluminados” fariam a “justiça social”.

Mas toda essa idéia de que PSDB é de “direita” é derrubada com uma análise de debates recentes dos dois candidatos à presidência.

Dilma Rouseff ataca José Serra dizendo que ele é um “privatizador, que vai privatizar a Petrobrás”. Serra responde que não vai “privatizar a Petrobrás e nem o Banco do Brasil de jeito nenhum”.

Isso é sinal de que temos dois esquerdistas debatendo.

Alguém de direita já diria algo do tipo: “Sim, eu sou a favor de privatizar a Petrobrás, e também o Banco do Brasil, para que o estado receba impostos de ambos, agora como empresas privadas, empresas estas que não poderão mais serem usadas como cabide de emprego para partidos políticos. Em resumo, em um governo meu, as oportunidades de aparelhamento de estado cairiam ao mínimo, pois nas empresas privadas vocês não podem fazer a mesma bandalheira que fazem em empresas estatais”.

Qualquer resposta com um tom menor que este não é de direita.

Quem é de direita simplesmente NÃO CONFIA nas propostas humanistas, que geraram as ideologias da esquerda.

Quem é de direita NÃO CONFIA na Petrobrás nas mãos do estado, pois sabemos que eles utilizarão a empresa como máquina de cargos distribuídos para militantes.

Para alguém de esquerda, é normal a noção de que uma empresa desse porte fique nas mãos do estado. Pois o militante esquerdista tem a CRENÇA de que alguns homens (seriam os “anjos” em Terra, como diria Friedman) estão na missão de levar a “justiça social” através de sua ação, usando para isso “o Estado”.

Assim, não há como confundir esquerda ou direita.

E quando um petralha diz que “PSDB é de direita”, ele está simplesmente executando a Estratégia das Tesouras, de Stalin.

Olavo de Carvalho nos dá mais detalhes, conforme visto em seu texto “A Mão de Stálin está sobre nós”:

A articulação dos dois socialismos era chamada por Stalin de “estratégia das tesouras”: consiste em fazer com que a ala aparentemente inofensiva do movimento apareça como única alternativa à revolução marxista, ocupando o espaço da direita de modo que esta, picotada entre duas lâminas, acabe por desaparecer. A oposição tradicional de direita e esquerda é então substituída pela divisão interna da esquerda, de modo que a completa homogeneinização socialista da opinião pública é obtida sem nenhuma ruptura aparente da normalidade. A discussão da esquerda com a própria esquerda, sendo a única que resta, torna-se um simulacro verossímil da competição democrática e é exibida como prova de que tudo está na mais perfeita ordem.

Resumindo: quando tratamos o PSDB como “de direita”, já caímos na fase em que a estratégia das tesouras está bem desenvolvida em nosso país.

Aqui, no máximo o DEM poderia ser quase um partido de direita.

Mas as declarações de Índio da Costa no mês de agosto, dizendo que “é de esquerda”, causam algum desânimo. E o partido quase inexiste politicamente.

Quer dizer, direita não existe. Temos uma QUASE direita com o minúsculo DEM.

E a partir dali, é tudo esquerda, e isso inclui PSDB, PMDB, PV, PT, PCdoB, PSOL e todo tipo de porcaria.

A pergunta que resta é: como pudemos chegar à esse estágio de dominação esquerdista?

Simples: estratégia gramsciana.

Em raros países a estratégia gramsciana foi executada de forma tão coordenada, utilizando-se inclusive de unidades especializadas de doutrinação em grandes universidades, como a USP.

O senso comum da população brasileira, mesmo que seja um povo inerentemente conservador, está “formatado” para ir pensando de acordo com as ideologias da esquerda.

Tanto que nesse novo universo mental, até mesmo diante de diferentes sistemas de esquerda se convencionou chamar um deles de “direita” e outra de “esquerda”.

Por isso, chegamos à esse estágio de declínio cultural em que grande parte da população sequer consegue saber o que “direita” significa.

Ser de direita significa ser conservador, um adepto do livre mercado, do estado enxuto, da meritocracia, de uma moral objetiva (e não uma “moral fluida” ou “moral discutida”), etc.

Tanto PSDB como PT não tem absolutamente nada do que se esperaria em um partido de direita.

Nos Estados Unidos, os Democratas são um partido de esquerda, e os Republicanos são um partido de direita.

Vemos isso claramente na obsessão pelo estado inchado dos Democratas, como com o “Obama Healthcare”. E a rejeição ao estado inchado é base das manifestações republicanas.

Enfim, a diferença entre direita e esquerda nos Estados Unidos é claríssima.

Quando um petralha diz que “nos Estados Unidos só há partidos de direita”, ele mente no mínimo duas vezes.

Primeiro, por que na verdade, nos Estados Unidos há direita e esquerda, e isso é visto na diferença radical entre as duas propostas.

Segundo, por que no Brasil, o máximo de “direita” que temos são partidos iguais aos Democratas norte-americanos, portanto não faz sentido chamar qualquer grande partido nacional de “esquerda”.

Enfim, aqui vão duas regras básicas para facilitar a classificação:

  • Se alguém defende o estado inchado, inclusive com manutenção de estatais como Banco do Brasil e Petrobrás na alçada do governo, é de esquerda; se defender a manutenção apenas do básico absoluto com o Estado (como a segurança pública), é de direita;
  • Se vier com conversinhas como “nós lutamos pela justiça social”, é de esquerda, pois qualquer esquerdista tenta “se vender” fingindo que luta por todos, quando na verdade é só busca de autoridade; quem é de direita geralmente diz que “quem trabalha mais, merece mais”, o que pode parecer menos demagógico,  mas é mais realista.

Aplicando essas duas regras, que podem ser sustentadas por qualquer investigação na literatura dos autores de esquerda, vemos que nem PSDB e nem PT são de direita.

Aliás, no Brasil, não há direita.

E precisamos de uma direita ativa para fazer a oposição à esquerda.

Até por que os ideólogos da esquerda estão na espiral da bobagem, até por que é difícil encontrar bobagem maior do que dizer que o PSDB é de “direita”.

Se daqui uns 15 ou 20 anos, tivermos uma elite conservadora para fazer contraposição aos ideólogos da esquerda, talvez deixem de falar tanta bobagem.

Pluripartidarismo ilusório

Apesar de o debate político ser centralizado, o Brasil pode se orgulhar do seu número de legendas. Ostenta o glorioso número de 30 partidos registrados no TSE, com muitos outros ainda por vir. Muitas legendas desnecessárias ou redundantes politicamente. Aliás, a maioria assim o seria se considerássemos seus programas de governo. A mais recente palhaçada é o Partido Ecológico Nacional, que vem para somar ao cenário político a luta pelo meio ambiente, supostamente já lutada pelo Partido Verde. Verde é o novo vermelho. Mas isso não vem ao caso. A subdivisão no Brasil tendendo a infinitos partidos é interessante pelo fato de que nenhum partido que aparece vem a somar algo novo ao cenário: aqueles que o fariam não possuem força o suficiente nem mesmo para regularizar sua legenda para poderem lançar candidatos.

TSE
TSE e suas regras que dificultam a renovação e facilitam o mais do mesmo

As últimas aberrações mostram claramente esse fato triste: primeiro veio o PSD, que nada fez além de criar um clone do DEM na base aliada. Então o Partido Pátria Livre, que pretende ser apenas um PCO mais amigável. Por último, o Partido Ecológico Nacional… que dispensa comentários. E essa redundância política não se restringe aos mais recentes: a política nacional é inundada dessas redundâncias. A maioria dos partidos possuem programas de governo idênticos, propostas idênticas, todas dentro de dois paradigmas políticos: Welfare State, entre os fabianos, e socialismo entre os mais radicais. E a política nacional se polariza entre as duas esquerdas.

Não sendo injusto, pode-se até dizer que nos últimos tempos existiram propostas no sentido de se alterar o centro do debate, mas mesmo esses tem medo de se assumir como a Direita. Até mesmo o em tese fabiano PSDB, apesar de sua formação socialista, construiu uma tradição no sentido de diminuir o tamanho do Estado quando assumiu em coligação com o PFL (apesar de suas privatizações mal feitas). O Aécio Neves em recente entrevista ressaltou a importância de descentralizar o poder para que se possa fazer uma reforma tributária e retirar o peso do Estado da vida do cidadão, para que este pare de atrapalhar o cidadão. Mas mesmo esses tem medo de fazer oposição. Ficam apenas, eternamente, esperando seu lugar ao sol.

Paulo Freire
Paulo Freire – O Embuste que cooptou um plano de educação e trocou seus conceitos pela luta de classes. O resultado de nossa educação depois desse ilustríssimo mentor é claro: sucata.

No fim o pluripartidarismo é uma ilusão, já que, desde o ensino mais básico, a diversidade ideológica é cerceada. Na academia, então, a esquerda é predominante e doutrina a seu bel prazer. E se podem até existir alternativas no campo da economia (Escolha entre um certo liberalismo do PSDB ou o PT se afogando nas glórias alheias sem executar uma só medida de peso), todas se rendem ao marxismo cultural: ninguém, além da bancada evangélica, tem coragem de se opor ao aborto, por exemplo. Como consequência, a causa da vida acaba sendo associada exclusivamente à Igreja, e não à vida em si como deveria. E no campo cultural não existe oposição. E prevalece, sem o menor esforço, o politicamente correto, que nada mais é do que o que o poder aceita que seja dito.