Seriam mesmo os porcos capitalistas? – Parte 3

Análise do Livro “A revolução dos Bichos” – continuação.

No dia da votação para decidir a respeito da construção do moinho de vento, Bola de Neve consegue a maioria dos votos. Então acontece o momento crucial da história. Napoleão, com a ajuda de cães bravos, toma o poder de forma violenta. Bola de Neve foi expulso da fazenda.

Napoleão avisa que as reuniões aos domingos onde aconteciam as votações estavam encerradas e que todas as decisões seriam tomadas por ele e depois comunicadas. As únicas reuniões que aconteceriam seriam aquelas as quais serviriam para saudar a bandeira e para serem recebidas as ordens semanais, sem que houvesse debate. Os bichos ficaram perplexos com o acontecido e qualquer um que se atrevesse a se opor ao acontecido era ameaçado pelos cães bravos, a guarda de Napoleão.

Polícia Revolucionária Cubana: os cães bravos da ditadura da Dinastia Castro.

Garganta mais uma vez foi incumbido de convencer os animais de que o acontecido era o melhor para todos. Começou então uma campanha difamatória contra Bola de Neve – o dissidente. Pôs-se em dúvida até sua atuação na Batalha na qual os humanos foram novamente expulsos da fazenda.

Napoleão, enfim resolve construir o moinho de vento e fala para todos que a ideia desde o início teria sido dele e que Bola de Neve havia se apoderado de sua ideia. Em prol disso os animais teriam que trabalhar ainda mais que antes, totalizando um total de 60 horas semanais e também trabalhando aos domingos à tarde, momento que antes era utilizado para o descanso. Apesar do trabalho aos domingos ser “voluntário”, quem não aceitasse fazê-lo teria sua comida diminuída pela metade. A produção começou a cair.

O moinho começou a ser construído. Sansão agora acordava 4 horas antes para poder produzir mais. Os bichos comiam a mesma quantia de comida que tinham disponível na época do regime anterior e trabalhavam cada vez mais. Começaram a faltar várias produtos necessários para o bom funcionamento da fazenda, foi aí que Napoleão anunciou a decisão de manter comércio com as outras fazendas, ou seja, resolveu negociar com os “inimigos”. Ele vendia o excedente de produção e se apoderava dos lucros. E isso ia contra os princípios do Animalismo.

Garganta rapidamente convenceu toda a população de que nunca fora proibido o comércio com homens e que isso tudo não passava da imaginação dos animais.

A classe privilegiada dos porcos (a vanguarda revolucionária) nesta mesma época decidiu que mudariam-se para a luxuosa casa que habitava a família do senhor Jones. Os bichos sabiam que isso ia de encontro com os princípios do Animalismo. Porém foram convencidos por Garganta de que aquilo era o melhor para os líderes, que era necessário, pois eles precisavam pensar. Quando algum animal tentava retrucar, eram questionados se queriam a volta de Jones.

Num país onde grande parte da população é subnutrida e passa fome, fazer parte da classe privilegiada (o Partido e as Forças Armadas Revolucionárias) é o único modo de comer bem. No mundo do relativismo moral, até a igualdade é relativa.

Quando o moinho de vento estava quase pronto, ocorre uma sabotagem. Napoleão precisava rapidamente culpar alguém por isso, então coloca a culpa em Bola de Neve que em momento algum do livro ficou provado que ele seria o responsável por vários atos de vandalismos ocorridos. Napoleão ofereceu recompensa a cabeça de Bola de Neve. A reconstrução do moinho virou questão de honra.

Após esse período a comida diminuiu. Preocupado com a repercussão Napoleão resolve espalhar boatos contrários a real situação da fazenda. Foram selecionados alguns animais para comentarem na frente dos humanos, que então já frequentavam a fazenda para fins comerciais, do quão satisfatório era viver ali. Os depósitos de alimentos eram enchidos pela metade com areia para fazer volume e na parte de cima colocado comida, para dar a impressão aos humanos de que ali a comida era farta.

A arte do auto-elogio: mentir muito, para acreditar-se diferente. Cuba é uma vila Potemkin gigante.

Para aumentar o medo dos animais, foi espalhado o boato de que Bola de Neve rondava a fazenda a noite. Sempre que acontecia alguma coisa de ruim, Bola de Neve era culpado – afinal, eles tinham q pôr a culpa em alguém. Um episódio interessante foi o sumiço da chave do depósito. Bola de Neve fora acusado de jogar a chave no fundo do poço. Os animais acreditavam nisso mesmo após a chave ter sido encontrada embaixo de um saco de farinha. Bola de Neve fora acusado de desde o início estar do lado dos humanos, de ter sido ele quem arquitetou a rebelião que teria como objetivo a retomada da granja por Senhor Jones e que inclusive o seu brilhante desempenho na batalha teria sido mero fingimento.

Quatro dias depois Napoleão reúne todos os animais, após torturas, alguns porcos confessaram ter ligações com Bola de Neve. Após isso, vários animais foram morto após “confessar” ligações com Bola de Neve. Todos ficaram chocados com as barbáries ocorridas. Os cadáveres estavam espalhados por todos os cantos. Nesse dia também a canção Bichos da Inglaterra fora proibida.

A busca de um bode expiatório é essencial para ideologias violentas. No caso de Cuba, a culpa pela falência sócio-econômica é do embargo americano. Ou seja, a falta da exploração capitalista é o que causa a falência do sistema socialista que supostamente deveria manter-se sem a mesma.

Os bichos começaram a perceber que estavam comendo menos do que na época do senhor Jones e trabalhando mais ainda. Porém, Garganta os convencia com relatórios de que a produção de gêneros alimentícios aumentara 200, 300 e até 500%. Os bichos não viam razão para desacreditá-lo.

O moinho finalmente ficou pronto e foi batizado como Moinho Napoleão. Porém o moinho não fica tanto tempo de pé. Após uma nova tentativa de retomar a granja dos bichos pelos humanos, o moinho é destruído com explosivos. Grande parte dos animais ficou gravemente ferida nessa nova batalha, várias mortes também foram vistas, todas de animais.

Sansão, gravemente ferido na batalha, trabalhou arduamente na construção de um novo moinho. O que o motivava era pensar que em pouco tempo viria sua aposentadoria. Os animais, em sua maioria, nem lembravam mais como era nos tempos de Jones, e gostavam de acreditar que agora estava ruim, mas já tinha sido bem pior e que agora eles eram “livres”.

Fulgencio Batista, o ditador cubano que antecedeu Castro. Sempre que se fala nos avanços da “Revolução” cubana na mídia do país, se faz a relação entre hoje e o país na época da ditadura castrista. Raramente se encara o fato de que as condições de vida dos cubanos hoje está pior do que antes: sem liberdade para ir, vir, expressar-se, o país ainda precisa do World Food Program para alimentar mais de 160 mil pessoas.

Um mês antes de se aposentar Sansão fica doente. Segundo Napoleão, Sansão seria bem tratado por um veterinário de fora da fazenda. Após uns dias um carroção veio buscá-lo para que fosse sacrificado. Três dias depois, Garganta informa aos camaradas (era assim que os bichos tratavam uns aos outros) de que Sansão havia falecido no hospital, mesmo tendo recebido bons cuidados e que deixou a mensagem de que “Napoleão sempre tinha razão”.


A maioria dos animais morreu e Quitéria, apesar de ter alcançado idade para aposentadoria, nunca deixou de trabalhar. A fazenda agora era bastante populosa, devido a sua alta taxa de natalidade. Muitos animais nasceram após a revolução e só a conheciam porque a história era passada de pai para filho como uma tradição. Napoleão sempre falava que a verdadeira felicidade estava em trabalhar arduamente, sendo que o próprio jamais soube o que era trabalhar. A granja era rica, mas nenhum animal jamais ficou próspero. Eram todos igualmente miseráveis, com exceção dos porcos e cachorros, pois estes faziam parte da camada privilegiada.

Chegou o dia em que os porcos aprenderam a andar sobre duas pernas e as ovelhas (massa de manobra) trataram de cantar bem alto: “Quatro patas é bom, duas pernas melhor ainda”. Napoleão agora trazia em sua mão um chicote. Os porcos agora tinham assinatura de revistas e jornais, telefone instalado. Napoleão fora visto com um cachimbo na mão.

Lindo o casaco da Adidas que Fidel Castro está usando.
Fidel pôde tomar sua Coca-Cola. Hoje ela é importada via México e só é disponível nos restaurantes da capital Havana, ou em lojas exclusivas para estrangeiros onde não é necessário apresentar o cartão de racionamento. Para o cidadão comum, sobra a alternativa nacional, a TuKola.

Ao longo do livro observa-se que os porcos modificam os mandamentos do animalismo conforme suas necessidades. Houve uma noite em que acontece uma festa dentro da fazenda, na qual os porcos estavam confraternizando com os seus “inimigos”, os humanos, e estavam bastante a vontade com isso, afinal, eles não se achavam diferentes deles.

Agora tirem suas próprias conclusões:

Seriam mesmo realmente os porcos capitalistas???

Parte 1

Parte 2

Seriam mesmo os porcos capitalistas? – Parte 2

Análise do Livro “A revolução dos Bichos”

  • Principais personagens:

– Senhor Jones: proprietário da fazenda. Representa a personificação do regime o qual eles querem combater.

– Major: Um velho porco muito respeitado na fazenda, é ele quem idealiza a tal revolução.

– Sansão e Quitéria: Representam a massa trabalhadora, os personagens são estúpidos (palavras do próprio autor), porém bastante dispostos a trabalhar e o mais importante, eram honestos.

– Benjamin: Era um burro (no sentido literal). Era também o animal mais idoso da fazenda. Pouco falava e das poucas vezes que falava, era emitir algum comentário cínico.

– Mimosa: Era uma égua altamente vaidosa e adorava torrões de açúcar. (Nos dias de hoje, acho que ela tomaria Coca-Cola e sua lanchonete preferida seria o Mc Donald’s.

– O gato: Sempre sumia na hora do trabalho e votava dos dois lados. O típico em cima do muro.

– Moisés: O corvo domesticado. Sempre falava da existência duma espécie de “céu”, pra onde os animais iriam depois de morrer.

– Bola de Neve, Napoleão e Garganta: Porcos que estavam à frente da administração da fazenda, representavam a classe privilegiada.

A história tem início quando Major, antes de morrer, reúne os animais da fazenda pra falar que teve um sonho. Antes de contar o tal sonho, ele enfatiza o quanto suas vidas são miseráveis, o quanto trabalham duro, que eles não sabem o que é felicidade ou lazer e que tampouco sabem o que é liberdade. Em contrapartida, a terra é fértil, o clima é bom e que o culpado por tudo de ruim que acontece com eles são os seres humanos – o que pra eles significava o regime em vigor. Para eles os homens – representados por Senhor Jones – que são a raiz de todo o mal, consomem sem produzir. Ficam com todo o fruto do trabalho dos animais só dando a eles de volta o suficiente para que possam sobreviver (salário) e ficam com o restante (lucro). Isso é o que Böhm-Bawerk, em seu livro “Kapital und Kapitalzins” (Capital e Juros), chama de teoria da exploração do socialismo-comunismo, teoria esta oriunda de pensamentos os quais Marx precisou de quatro livros para defendê-la e Böhm-Bawerk apenas um livro para desmenti-la.

Major insiste que bastaria que se livrassem dos homens para que num passe de mágica todos os seus problemas desaparecessem.  Ele instrui que essa informação fosse passada de geração para geração e ressalta, principalmente, que os doutrinados tampem os ouvidos quando qualquer um venha a dizer algo que seja contrário ao novo  regime, o qual futuramente ganhará o nome de Animalismo. (Será por isso que nossos colegas de outras vertentes políticas parecem ser surdos quando finalmente lhes é apresentada a verdade?). Por fim, ele repassa aos animais uma canção chamada “Bichos da Inglaterra” que nada mais é do que uma espécie de hino do regime futuramente implantado. Essa canção nada mais é do que algo q serve para motivar, inflamar os animais. Do mesmo jeito em que na URSS Lenin falece  e Stalin acaba sendo o chefe de Estado em seu lugar, Major 3 dias depois falece e a revolução fica por conta dos porcos Bola de Neve (O mais carismático, porém com honestidade meio duvidosa) e Napoleão (mais rígido, porém com bastante força de vontade e ao decorrer do livro, mostra sua total falta de caráter) por serem, sem dúvida, os animais mais inteligentes da fazenda. Garganta era o porquinho altamente falante que fazia o papel que hoje em dia podemos chamar de mídia, já que todo regime totalitário é caracterizado por uma forte propaganda estatal. Durante algum tempo os adeptos do Animalismo faziam reuniões secretas. No Brasil podemos citar o PCB (Partido Comunista Brasileiro) que durante vários anos mantiveram-se na clandestinidade, esperando o momento certo pra “dar o bote” e tentar instalar o tal regime no país (graças a Deus esse dia nunca chegou).

Lenin
Stalin

Durante as reuniões secretas, os animais faziam muitas perguntas, uma delas é a pergunta da Mimosa, que questiona se no Animalismo ela poderá comer torrões de açúcar. Logo os líderes do movimento falam que não, pois tudo aquilo que eles consideravam supérfluo, seria banido. Para eles não importava o quão importante para os animais eram alguns hábitos, pra eles o que importava era obter aquilo que era essencial para a sobrevivência. Alguns animais concordavam, apesar de não estarem realmente convencidos de que isso era o melhor para eles.

Os porcos tiveram trabalho com Moisés, o corvo, pois este espalhava que existia uma espécie de “Montanha de Açúcar” (o que pra nossa linguagem podemos chamar de céu) e era pra este lugar que todos os animais iriam após a morte. Como nos regimes totalitários, como o comunismo, socialismo e etc. não há liberdade de credo, no Animalismo não era interessante que os seguidores acreditassem nisso. Eles tiveram bastante trabalho para convencer os animais de que isso não passava de devaneios da mente tola do corvo.

Cristã sendo perseguida na Coréia do Norte, país de regime socialista

Nas reuniões, Sansão e Quitéria nunca tiveram capacidade de pensar por si próprio, porém absorviam tudo que lhes era ensinado pelos porcos, tal qual muitos trabalhadores acreditam que seus sindicatos servem somente para lhes ajudar e lutar pelos seus interesses. Sansão é tão alienado que chega a dar dó. O típico “idiota útil”.

A revolução enfim aconteceu quando um dia Senhor Jones, passando por problemas pessoais, esquece de alimentar os bichos e isso faz com que estes se rebelem. Podemos citar isso como um momento de crise do atual regime. Eles usaram de violência e luta e expulsaram a personificação do regime da fazenda. Trataram de se livrar de tudo que lembrava o Senhor Jones e tiveram uma falsa sensação de que tudo aquilo agora pertencia a eles. Sensação que ao longo do livro vai se esvaindo.

No dia seguinte os porcos reúnem a todos para comunicar a mudança do nome da fazenda, revelam que aprenderam a ler e escrever e então resolvem repassar aos seus seguidores as principais regras do Animalismo.

  • OS SETE MANDAMENTOS
  1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo;
  2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo;
  3. Nenhum animal usará roupas;
  4. Nenhum animal dormirá em camas;
  5. Nenhum animal beberá álcool;
  6. Nenhum animal matará outro animal;
  7. Todos os animais são iguais.

Logo os líderes do movimento conseguem convencer os animais de que eles deveriam trabalhar mais ainda do que na época do Senhor Jones, e a exploração maior da força de trabalho destes começou mais cedo do que se imaginava. Estes, de boa fé, começaram a produzir mais ainda. Logo nesse primeiro dia acontece um fato bastante curioso. Todo o leite produzido some misteriosamente.

Não se pode negar que de início foi bem produtivo, os animais em sua grande parte faziam o serviço pesado do campo, com exceção dos porcos que tinham a justificativa de que supervisionavam o trabalho dos demais. Sansão – pobre coitado – pedia até pro galo acordá-lo mais cedo para que ele pudesse trabalhar mais. Sua frase preferida era “Trabalharei mais ainda.” Alguns animais se “encostavam” no trabalho dos outros, era o caso do gato. Afinal para que se preocupar em  produzir muito se tudo que os outros produzissem seria dividido por igual? Afinal, no Animalismo não existia MERITOCRACIA.

Durante os domingos aconteciam cerimônias como hasteamento da bandeira e reuniões para decidir questões rotineiras. Os porcos estavam sempre à frente, os restantes não emitiam opiniões, pois nem isso sabiam fazer, mas tinham o direito de votar. Nesse momento começa a se notar que Bola de Neve e Napoleão sempre estavam um contra o outro: é o começo do racha dentro do “partido”. Criaram-se vários comitês. Podemos citar entre eles o comitê de reeducação dos animais selvagens, a liga das caudas limpas. Estes não alcançaram os objetivos para os quais foram criados. Qualquer semelhança com o que acontece com os programas assistencialistas brasileiros, é mera coincidência.

Os animais, em sua grande maioria, eram analfabetos e não se incomodavam com essa condição. Como não conseguiam ler, os 7 mandamentos foram resumidos para eles de forma que pudessem memorizar: “Quatro pernas bom, duas pernas ruim”. Ou seja, tudo aquilo que ia de encontro ao regime, era considerado prejudicial. As ovelhas, que representam aqui a massa de manobra dos regimes não democráticos, repetiam isso pra todos os animais a fim de que ficasse no seu subconsciente.

Descobre-se que o leite desaparecido fora consumido totalmente e exclusivamente pelos porcos, e logo depois quando os mesmos tratam de convencer a população de que as frutas deveriam ter esse mesmo destino, fica nítida a formação de uma classe privilegiada. Coisa bastante comum em regimes implantados em Cuba, URSS, entre outros países considerados comunistas/socialistas. Garganta foi o responsável por dar explicações bastante “convincentes” à população.

Todas as vezes que um animal tentava se opor ao que era dito, o governo os convencia de que se não fosse desse modo, Jones voltaria ao poder. Os animais ficavam assustados e logo ficavam quietos.

Durante toda a Inglaterra foi conhecida a história de uma tal granja que era administrada por bichos. Tornou-se um lugar lendário, onde acreditava-se ser o verdadeiro paraíso na Terra.

Havana, Capital de Cuba

Um dia houve uma tentativa frustrada pelo Senhor Jones de retomar a posse de sua fazenda. Todos os animais defenderam-na com unhas e dentes, literalmente falando. Bola de Neve foi o animal que mais se empenhou nessa batalha sangrenta que terminou com mortes. Sansão sente sua consciência doer, ao achar que matou um homem. Sansão até poderia ser ignorante, porém tinha caráter. Depois desse episódio, tomou conta do lugar o nacionalismo exacerbado. Animais que morreram recebem homenagens e os que lutaram bravamente, condecorações militares.

Mimosa um dia foi vista olhando pros muros além da fazenda, toda saudosa. E fora até indagada porque foi vista recebendo carinhos de um humano. Ela negou que isso aconteceu, pois sabia que não era livre pra manifestar seus pensamentos  e desejos. Mimosa escondia entre suas coisas vários pertences proibidos, como torrões de açúcar e laços de fita. Imaginem o que fariam com ela se encontrassem um tênis da Nike. Mimosa desapareceu, conseguiu fugir da granja. Pediu asilo em outra fazenda. Os bichos depois desse episódio nunca mais tocaram em seu nome.

Ficou acertado que os porcos, por serem mais inteligentes, tomariam todas as decisões referentes à política da granja: o voto só aconteceria pra se ratificar essas decisões. O único problema era a disputa política que acontecia entre Napoleão e Bola de Neve. Bola de Neve era popular e a maioria das vezes obtia a maioria dos votos e era ele também que sempre tinha as idéias. Napoleão nunca criava nada e ainda colocava defeitos nas idéias de Bola de Neve. Bola de Neve chegou a arquitetar a construção de um complexo moinho de vento. Napoleão, claro, desde o início declarou-se contra a criação do moinho de vento. A promessa era de que após construído o tal moinho, os bichos poupariam tanta energia que só seriam necessário três dias de trabalho semanais.

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