Urnas Biométricas: Cabresto 2.0

A influência dos coronéis na política nacional, há muito tempo atrás, causava leves desconfortos na hora de votar. A votação era vigiada pelos coronéis, então era público o voto de qualquer pessoa que votasse naquela região: a escolha era o candidato do coronel. Se a simples persuasão não fosse o suficiente para convencer o “cidadão”, uma espingarda bem carregada fazia o trabalho com eficiência. Esse era o voto de cabresto.

Um dos pilares de uma democracia saudável é o voto secreto. O eleitor deve fazer uso de seu direito de votar com plena liberdade. Ninguém deve ser obrigado a revelar em quem votou. A urna biométrica apresenta grandes ameaças a essas garantias. Não é um absurdo dizer que, quando a urna for ativada a partir das digitais do eleitor, fiquem armazenados o horário que a urna foi acionada, qual eleitor o fez e em que candidato votou. Aliás, não é um absurdo. É provável. Esse frenesi pelo registro biométrico da população é estranho, ainda mais vindo de um governo com tendências autoritárias. Não pode ser considerado livre e democrático um povo que tem seu voto vigiado.

Quando o governo pode estabelecer padrões de votação e as comprovar através da gravação dos votos, fica fácil executar represálias: agora não mai contra indivíduos isolados, mas contra classes sociais inteiras. E isso apenas segue a política do atual governo de colocar as classes sociais umas contra as outras, criar inimigos entre a população em um momento em que o povo deve existir como nação: unido. Afinal de contas, em um Brasil de tendências marxistas, tudo se explica pela luta de classes. E sabendo em quem cada classe votou, é muito fácil gerar discórdias e aplicar punições em massa.

Dilma e a ‘faxina’…


A presidente Dilma Rousseff vai completar um ano de mandato em janeiro e goza de uma boa popularidade. Mas pelo jeito não tem a mesma sorte com seus ministros, pois 7 ministros já pediram demissão, após denúncias de corrupção ou desentendimento com o Planalto. Já a mídia por sua vez acabou dando os louros para a presidente, até falaram  que ela fez uma ¨faxina¨ nos ministérios. Mas o que de fato aconteceu, os outros ministros saíram por medo das investigações e não por vontade de Dilma Rousseff.

Para tentar contornar a situação, o planalto promete uma reforma ministerial para 2012. Não se sabe ao certo quando e como ela irá acontecer, mas que um dos objetivos é enxugar a máquina pública, cortando gastos e unificando algumas pastas.

As críticas que ficam são as seguintes: a presidente não poderia ter escolhido melhor seus ministros no começo do ano? Por que colocou gente que já tinha tido problemas com corrupção e outras atividades ilegais e antiéticas?As investigações a respeito das denúncias vão prosseguir? Caso culpados,eles vão pagar pelos crimes? Não adianta apenas tirar o ministro,mas sim investigar,ir até as ultimas conseqüências,mas caso contrário vamos ver mais denúncias e outros ministros caindo em outras pastas e poucas respostas

Vamos relembrar os que se foram:

O primeiro ministro a cair foi Antonio Palocci, que já havia sido obrigado a deixar o Ministério da Fazenda em 2006 (governo Lula), depois que foi acusado de quebrar o sigilo bancário do caseiro Francenildo. Em 2010 foi chamado pela presidente Dilma para comandar o Ministério da Casa Civil, porém foi obrigado novamente a deixar o governo, pois não soube explicar como aumentou seu patrimônio em 20 vezes durante os 4 anos que esteve na Câmara e acabou entregando sua carta de demissão no dia 7 de Junho.

Alfredo Nascimento foi o segundo ministro a pedir demissão, após a Revista Veja publicar denúncias que ligavam a sua pasta em um esquema de propina. Alfredo pediu demissão no dia 6 de julho e já estava no cargo desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula.

Com uma série de declarações polêmicas, Nelson Jobim deixou o Ministério da Defesa no dia 4 de agosto. Entre as declarações polêmicas, Jobim disse que achava a Ministra Ideli Salvati ¨fraquinha¨ e que Gleisi Hoffman, substituta de Palocci na Casa Civil e casada com o Ministro Paulo Bernardo, não conhecia Brasília.

Denúncias de corrupção no Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), entre elas o pagamento de propina em troca de contratos e favorecimentos em dinheiro para  financiar campanhas eleitorais, fizeram com que o então Ministro da Agricultura Wagner Rossi deixasse o cargo no dia 17 de agosto.

A denúncia feita pela Folha do Estado de S.Paulo dizia que o Ministro do Turismo, Pedro Novais, teria usado o dinheiro da Câmara para pagar o salário da governanta do seu apartamento em Brasília e depois em agosto ele teve seu nome envolvido com outra polêmica: o secretario de seu ministério foi preso na operação Voucher, da PF, suspeito da liberação irregular de verba para a ONG Ibrasi. No dia  14 de setembro, Pedro Novais, assim como os outros ex-ministros de Dilma, entregou sua carta de demissão e já tinha passado por outro imbróglio quando pediu o ressarcimento da Câmara de R$2.156  por despesas em um Motel de São Luis (MA).

Conhecido na mídia pela sua pasta desde o governo Lula e problemas relacionado com uso de cartão coorporativo para comprar tapiocas, Orlando Silva começou a balançar no governo Dilma, logo após denúncias públicas pelo Estadão, que apontavam irregularidades no Programa Segundo Tempo, que teria sido convertido em um esquema para financiar o PCdoB, partido de Orlando. Em outubro novas denúncias surgiram, dessa vez colando Orlando como responsável num suposto esquema de desvio de dinheiro e cobrança de propina, o ministro negou as acusações e prestou esclarecimentos por três vezes ao Congresso, mas sua situação se tornou instável e assim como os outros ministros de Dilma pediu demissão no dia 26 de Outubro.

Carlos Lupi talvez o seja o mais polêmico de todos a cair. Assim como Orlando, Lupi era um veterano no seu ministério, o ministério do trabalho, posto que também ocupava desde o governo Lula. Mas, novamente as denúncias foram a respeito de cobranças de propina. O então ministro não soube explicá-las ao Congresso. Mesmo dizendo que só deixaria o ministério à bala e depois declarar seu amor a Dilma, Lupi entregou sua carta de demissão no dia 4 de Dezembro, num domingo, mesmo domingo que coincidiu com a rodada final do Campeonato Brasileiro de futebol. Talvez tenha sido uma data estratégica, pois boa parte da população não deu destaque ao fato.

 Entre mortos e feridos, o Brasil sofre

Em apenas um ano 7 ministros pediram demissão, com exceção de Nelson Jobim que saiu por fazer criticas ao governo e ter algumas opiniões contrárias. Os outros 6 caíram por denúncias de CORRUPÇÃO. Muitas delas vinham desde o governo Lula,pior são nomes como o de Antonio Palocci, que já havia tido problemas no antigo governo e foi chamado para compor esse novo. Pelo visto temos um “novo” governo com velhos problemas.

Já as denúncias dificilmente vão ser investigadas ou explicadas. Até agora Palocci não disse como aumentou seu patrimônio, muito menos Orlando, Lupi e companhia explicaram as denúncias de cobrança de propina e desvios de dinheiro público.
Que Deus ilumine a cabeça de Dilma Rousseff nas próximas escolhas dela, pois já demonstrou não ter sorte ou competência para cravar boas decisões.