O Brasil precisa de Belo Monte

Artigo escrito por Rafaela Santos Jacintho com contribuição de João Victor Gasparino

As usinas hidrelétricas são responsáveis por produção de energia aproveitando o potencial gravitacional da água. No mundo elas são responsáveis por 18% da produção energética. Esse número é só não é maior porque apenas poucos países possuem capacidade de água suficiente para produzir tal energia. Podemos citar entre eles os Estados Unidos, Canadá, China, Rússia e Brasil. A energia gerada por hidrelétricas é renovável e não emite poluentes. No Brasil 95% da energia elétrica gerada se dá por esse meio.

A usina hidrelétrica de Furnas, por exemplo, está localizada entre os municípios de São José da Barra e São João Batista da Glória em MG e possui uma potência nominal de 1.216 MW. A construção dessa usina, na década de 60 evitou o colapso energético do país. Durante a sua construção, é obvio que houve inundações, pois impossível fazer omelete sem que pra isso se quebrem os ovos. Mas se por um lado alguns agricultores tiveram prejuízo, as inundações também trouxeram benefícios, pois possibilitou o desenvolvimento da região. As inundações formaram pelas paisagens que possibilitou a geração de renda através do turismo.

O que a maioria das pessoas não sabe é que todo impacto ambiental que é causado por alguma empresa tem que ser compensado de alguma forma, pois a lei obriga. No caso da Usina de Furnas, podemos enumerar as seguintes ações:

  1. A estação de Hidrobiologia e Piscicultura, implantada na década dos 70, além de produzir espécies nativas como dourado, trairão, piau-três-pintas, piracanjuba, curimbatá e pau-caranha, para repovoar o reservatório, faz a distribuição de tilápias invertidas para os produtores rurais de São José da Barra;
  2. São fornecidos cerca de 150 mil alevinos por período reprodutivo a produtores selecionados pela Emater, segundo o biólogo Paulo Sérgio Formágio. Um deles é Nelson Alves Batista, proprietário do sítio Vargem dos Pinheiros. Em 2002, ele recebeu o primeiro lote de alevinos/juvenis de tilápia-nilótica e a orientação profissional dos técnicos da piscicultura de Furnas. Hoje ele se diz satisfeito com o resultado e com a produção de cerca de 90 toneladas/ano;
  3. A estação também realiza o levantamento das comunidades de peixes de cada reservatório das usinas em operação no Rio Grande, Paranaíba e Paraíba do Sul e emite relatórios para órgãos ambientais, como Instituto Florestal e Ibama. Além disso, avalia a qualidade da água em termos ambientais, medindo o grau de poluição através dos níveis de fósforo e nitrogênio;
  4. Outra atividade que beneficia diretamente os municípios vizinhos à usina é realizada pelo Horto, que produz cerca de 80 mil mudas/ano de espécies nativas cultivadas para o reflorestamento de parte da mata ciliar e destinadas à arborização das cidades banhadas pelo Lago de Furnas;
  5. Horta nas Nascentes e o Pomar Comunitário, recém implantado, também são projetos que fornecem alimentos para famílias carentes de comunidades próximas e entidades beneficentes.

As pessoas que vem acompanhado diariamente os noticiários já devem estar cientes que atualmente a situação da Usina de Furnas é preocupante, pois a mesma está operando com apenas 33% de sua capacidade, tornando grandes as chances de um apagão. Esse é o nível mais baixo que ela vem operando nos últimos dez anos.

Se o Brasil não dobrar sua capacidade energética até 2020, simplesmente não haverá energia o suficiente para país inteiro, pois a população cresce diariamente e com ela o consumo de energia também.

A solução pra isso seria a construção da Usina de Belo Monte. Essa questão é polêmica, pois muitas pessoas mal intencionadas ou mal informadas teimam em fazer campanha contra sua construção, pois alegam que a mesma causará muitos danos ambientais, que alagará terras indígenas, desalojará populações ribeirinhas e etc e tal.

O que estas pessoas são sabem é que diferente do que os ambientalistas pregam, nenhuma das áreas indígenas será alagada, visto que o projeto original perdeu 2/3 do tamanho do reservatório, tendo sido reduzido para 503 km². Com isso pode-se concluir que boa parte do reservatório ficará dentro do rio. Seria possível alagar algo que já foi alagado pela própria natureza? Respondam só as pessoas inteligentes! Sendo assim, somente 252 km² serão inevitavelmente alagados, porém longe de áreas indígenas.

As eventuais interferências nas atividades de caça, pesca e da lavoura nas áreas do projeto serão compensadas pelos programas e projetos socioambientais previstos no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e no Projeto Básico Ambiental (PBA). No caso específico das populações indígenas, essas medidas incluem os seguintes programas:

– Fortalecimento Institucional e Direitos Indígenas;
– Sustentabilidade Econômica dos Povos Indígenas;
– Saneamento Básico em Comunidades Indígenas;
– Reestruturação do Serviço de Educação para os Povos Indígenas;
– Melhoria de Habitações Indígenas;
– Segurança Territorial das Terras indígenas;
– Garantia das Condições de Acessibilidade da População Indígena a Altamira.

Mas mesmo que fossem alagadas terras indígenas, estes não poderiam ser deslocados pra outras áreas? Antes que alguém me chame de egoísta e sem coração, quero lembrar que toda vez que o Estado faz desapropriação de casas, terrenos, empreendimentos comerciais, entre outros para alargamento de uma avenida, por exemplo, pagando um valor irrisório pela propriedade que pertence a famílias durante anos, as vezes até décadas, desalojando as mesmas, ninguém se mobiliza contra. Nessa hora todos dizem que tem q ser feito em prol do “bem-comum”. Santa hipocrisia!

Outro erro que pessoas que se acham entendidas do assunto cometem é dizer que a usina destruirá vários trechos de floresta amazônica virgem. Porém, não sei se por falta de informação ou má fé, esse dado é incorreto,  pois há várias décadas não existe mais floresta virgem no entorno de 252 km² que será alagado.

Outro mito é dizer que a energia oriunda de hidrelétricas é uma energia suja. Perai, é isso mesmo: Suja?!? Como um sistema que utiliza apenas água para geração de energia pode ser considerada suja? Dizer que é cara, tudo bem, mas suja, de modo algum.

E pra quem mesmo assim ainda quiser usar o argumento de que represas produzem metano, informem-se melhor, pois matéria vegetal em decomposição produz sim metano, só que esse metano seria produzido com ou sem usina por toda e qualquer matéria vegetal que rios, igarapés e lagoas produzem. Podemos exemplificar até as folhas que caem das árvores como produtoras de gás metano.

Se mesmo após todas essas informações ainda tiver gente que defenda a não construção da usina de Belo Monte, eu sugiro que as mesmas levantem da cadeira e façam o protesto de outra forma que não seja virtual, pois se a usina não for construída, não terão energia sequer para ligarem seus computadores.

A Destruição das Nossas Chances de Crescer

Dei uma passada hoje no blog do Stephen Kanitz, consultor e conferencista brasileiro, e me deparei com o artigo A Destruição das Nossas Chances de Crescer, que trata de ações recentes do governo Dilma.

Kanitz critica políticas adotadas para companhias de energia elétrica, essenciais para a infraestrutura. Alguns trechos:

O Estado Brasileiro está falido há mais de 30 anos. Não consegue investir o necessário para garantir o nosso crescimento, apesar de retirar 40% em impostos da população, e ainda por cima controlar o BNDES, Eletrobrás, Petrobras, Infraero e assim por diante.

[…] Nesta semana, por total desconhecimento dos princípios elementares de administração, ela afugentou milhares de investidores do setor de Energia Elétrica, que literalmente fugiram e venderam seus investimentos fazendo as ações das Cias. de Energia Elétrica despencarem entre 30% a 40%.

[…] Simplesmente, Dilma e seu principal assessor aumentaram o Custo de Capital destas empresas em 80%, como neste caso da CESP, para os próximos 20 anos.

[…] Investir em energia, ferrovias, portos, infraestrutura, com as MPs e mudanças das regras do jogo e este “micromanagement”, se tornou assunto arriscado.

[…] Em vez de reduzir o custo do capital, algo que vinha fazendo com elogios constantes meus nestes últimos tempos, ouvindo seu assessor predileto ela está inadvertidamente destruindo o futuro deste país.

Leia o artigo na íntegra, clique aqui.