Concessão Estatal não é Privatização

Esta uma sórdida e triste mentira que a esquerda disseminou no país.

Para atacar o setor privado preventivamente, evitando o risco de haver oposição estruturada e população independente quando a derrocada do estatismo viesse a tona, em função da ineficiência e corrupção, garantindo assim mesmo com falência desses setores, o estado ainda mantendo total controle sobre os mesmos.

Praticamente nada foi realmente privatizado, são concessões estatais. Em linguagem simples, o Estado alugou/arrendou suas propriedades para iniciativa “privada” administrar. E sabemos que os métodos usados pelos socialistas/progressistas para escolher os “agraciados” são extremamente imorais

A concessão é uma das principais prerrogativas do Estado moderno, juntamente com o monopólio legítimo do uso da força dentro de seu território e a defesa de seu território e população perante agressões externas. Tem raiz histórica no poder dos imperadores de conceder a exploração de recursos naturais, comércio ou serviços públicos a entes privados mediante condições pré-definidas e o pagamento de taxas ou impostos específicos.

Diferente dos direitos, sejam históricos, adquiridos ou conquistados, as concessões costumam ser temporárias e parciais, geralmente condicionadas a determinado conjunto de regras ou leis pré-estabelecidas por aquele que concede, no caso o Estado e são sempre revogáveis. Assim, o Estado tem a prerrogativa legal de retirar uma concessão quando julgar necessário ou quando o concessionário não cumprir com algumas das condições definidas pelo Estado.

No caso da concessão de serviço público, “há cláusulas pré-definidas que podem ser alteradas unilateralmente pelo Poder Concedente, sem que caiba, de forma legítima, irresignação por parte do concessionário quanto a tais alterações”.

É fato amplamente conhecido nos últimos anos as relações imorais e espúrias entre alguns ditos grandes “empresários”, que jamais podem ser incluídos no hall de empreendedores privados adeptos ao livre mercado e o Governo Federal. Estes devem ser classificados de acordo com o sistema político econômico Chinês, onde Partido Comunista (único) decide quem é que será agraciado com os “prêmios” baseados claramente na ideologia marxista, no favorecimento ilícito e na perpetuação no poder do partido/ditador em questão.

Casos de concessão do Estado no Brasil abrangem praticamente todos os setores econômicos, desde a exploração de recursos naturais como petróleo, minérios, florestas e água, passando pelo uso do espectro eletromagnético por empresas de comunicação, até certos tipos de atividades comerciais (importação e exportação), e a prestação de serviços de utilidade pública. Neste caso a concessão e a permissão de serviços públicos são as formas através das quais a Administração Pública transfere ao particular a prestação do serviço público, como a gestão de serviços de saúde e educação, a administração de meios de transporte, transportes esses quando ligados à área de Segurança Nacional (Estratégia militar), transportes (rodoviário, ferroviário, hidroviário, aéreo) e empresas de transporte público coletivo (ônibus, metrô), a área de comunicação social e/ou Política de Estado (imprensa, rádio e TV), além de serviços de saneamento (coleta de lixo e esgoto, distribuição de água encanada).

Nunca um empresário vai investir com a mesma intensidade e segurança em um aluguel, ainda mais quando o locatário é o governo, afinal, governos de esquerda são conhecidos por quebrarem contratos assim que o negocio volta a ser lucrativo e eficiente. Existem vários exemplos famosos, ate entre estatais, como no caso da refinaria da Petrobras na Bolívia. Algum de vocês reforma a casa que aluga com produtos de alto padrão, sem ter uma garantia contratual que não vão ser expulsos do imóvel assim que terminarem a reforma?

Agencias reguladora que não regulam e sim controlam a atividade privada, Empresa de planejamento logístico estatal que determina como e quem fará os investimentos, monopólios como do setor petroquímico além das próprias empresas estatais ou de capital misto que só servem de moeda de troca entre governo, partidos fisiológicos e legendas de aluguel.  Na verdade esses órgãos tem que ser extintos, pois não tem função real alguma, a não ser empregar os “cumpanheirus” e fomentar a luta de classe e o terrorismo (Funai, Incra, MDA, etc).

O problema é que atingimos um domínio estatal tão grande sobre a economia que fica difícil sequer abrir espaço para concorrência privada, apenas acabar com monopólios estatais. Esses sindicatos, fundos de pensão estatais e empresas estatais são um câncer.

Veja no Caso dos portos, o sindicatos dos portuários afirmou abertamente que se permitirem que existam portos privados atuando livremente, os portos estatais iriam a falência. Esse é o principal motivo de os sindicatos estarem contra a abertura de mercado para portos privados concorrem com portos públicos, são contra os portos privados contratarem trabalhadores livremente, coisa que sequer trata de privatizar portos estatais. Em razão deste motivo eles são contra portos privados.

Esse é um exemplo do tamanho do poder que essa corja tem hoje, tudo conseguido com o consentimento e ignorância nata da população…

As rodovias que foram “privatizadas” são privadas?? Não, são do estado que arrendou para uma empresa privada administrar por um período, e após o termino desse contrato, outra licitação será feita. Se eu fosse dono de uma dessas empresas só iria investir o mínimo necessário para cumprir o contrato, já que quem investe muito no Brasil é punido pelo governo marxista, vide os produtores rurais que tem suas fazendas invadidas por índios, sem terra e outros grupos “çoçiau” terroristas.

O setor de petróleo no Brasil é a mesma coisa, monopólio da Petrobras que arrenda poços para uma empresa explorar ou prestar serviços para o estado.

Minério, ferrovias, hidrovias, comunicação, nada é realmente privado no Brasil, todos estão sujeitos aos devaneios do estado que é dono das propriedades.

Estatais só funcionam com monopólio, e ainda porque em países desenvolvidos da Europa (petróleo e minério) são empresas publicas, administradas como se fossem privadas, mesmo assim sem o monopólio estatal não aguentariam muito tempo a concorrência privada, esse é o medo de permitir que haja concorrência, as estatais acabarem por sua própria ineficiência, que é o resultado lógico e óbvio, assim os esquerdistas idiotas não teriam como acusar os “neo” liberais de “privatizar” tudo.

A concentração de mercado decorre da burocracia e interferência estatal, somente com muita escala para conseguir competir em um mercado como o Brasil, onde temos altos impostos, infraestrutura caótica, corrupção. Somente grandes grupos conseguem suportar os custos fixos de manter uma estrutura para lidar com esse monstro, veja essa matéria Por que tudo custa tão caro no Brasil.

Em nenhum lugar do mundo, empresas precisam de um equipe de “engenharia tributaria”, pois aqui as empresas gastam 108 dias do anos para preparar, registrar e pagar tributos, sendo que em países desenvolvidos a mesma coisa não demanda mais que 7 dias. Pequenas e medias empresas não tem escala para diluir o custos de uma equipe de contadores, economistas, advogados tributaristas e as despesas de montar um setor apenas para lidar com impostos, por isso ou fecham as portas ou se fundem com outras para formar empresas mais robustas e com escala de produção que dilua melhor esses custos fixos. No Brasil temos outros aspectos assim que afetam os empresários que não tem escala de produção, devido ao preço de muitos equipamentos, justamente em função dos impostos e do custo Brasil, não há como ter eficiência produtiva, tornando impossível manter a empresa. Isso é um ciclo vicioso, cada vez mais o país perde eficiência, cada vez mais a empresas precisam de maior solidez e robustez para suportar tudo isso e cada vez menos concorrência no mercado. A culpa não é do setor privado, a culpa é do estado que causa esse mal, “elimine a causa que o efeito cessa”, o setor privado apenas se adéqua a realidade do mercado, as consequências naturais da realidade político econômico local.

Fui questionado em uma conversa que “se abrir o mercado ao setor privado não vai trazer uma onda de imigrantes qualificados que tiraria os empregos dos “nativos”?”. Diversos países que já se abriram a privatização servem de exemplo que não existe esse problema e mesmo que houvesse, só assim para vislumbrar uma luz no fim do túnel, pelo menos começaria a gerar empregos reais, lastreados em produção e não em farsas políticas e populismo marxista. Uma bobagem imaginar que haveria substituição total. Isso seria benéfico, pois forçaria os nativos a se qualificarem. Concorrência é positiva, faz o indivíduo abandonar a zona de conforto, o comodismo.

Não vai ser com estatais que vamos melhorar a qualificação profissional no Brasil, pelo contrario, esta só piorando. Quanto mais estatal, mais emprego de baixo nível, aqui tem uma reportagem em inglês sobre como o governo Obama com sua politica socialista tem criados sub empregos estatais nos EUA.

O governo nos quebra as pernas para depois oferecer muletas, e grande parte da população ainda acha que eles nos fazem um grande favor com isso.

Leituras recomendadas:

Sindicatos se multiplicam e centrais redistribuem forças partidárias

O método da esquerda para transformar a propriedade privada do agronegócio em concessão estatal

Vou traduzir essa, do “Lulanes” para o Português.

O Governo socialista tira as terras dos proprietários legais, repassa as mesmas para os índios, as custas dos tributos pagos pelos “brancu di zoi azu”, e depois como os índios não produzem porcaria nenhuma além de atraso, arrendam as terras para o “homem branco” produzir. O mesmo homem branco que teve seu patrimônio roubado por essa corja.

E o governo socialista/marxista de quebra ganha o controle total sobre o setor, fazendo com que o produtores fiquem “reféns do estado”, afinal, a concessão pode ser suspensa de acordo com a vontade marxista do governo.

Por isso nos temos falsos setores privados, como estradas, ferrovias, comunicação, mineração entre outros. São concessões estatais para exploração, as empresas nunca tem plena segurança de investir, afinal, não são donas de nada, meras “arrendatárias” de um proprietário esquizofrênico e delinquente (estado). Assim o governo PTista toma o controle do único setor verdadeiramente privado no Brasil, o único que não se sujeita as vontades comunistas como certos “bilionários” famosos Brasil a fora que dependem de ajuda estatal para manter suas fortunas, que vivem de pagar “pedágio” ao estado em troca de favores escusos e bolsa BNDES.

O sonho do PT é ter todo Brasil sobre o sistema de concessão publica, assim o estado é dono de tudo e o setor produtivo privado é mero prestador de serviço para essa corja de vagabundos inúteis. Derrubando a propriedade privada agropecuária, o golpe bolivariano terá tido completo sucesso. Ai então não teremos mais nenhum setor econômico livre e autônomo.

PEC permite concessão de terra indígena a produtor rural

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 237/13, em análise na Câmara, permite a posse indireta de terras indígenas por produtores rurais. A PEC acrescenta um parágrafo à Constituição para determinar que a pesquisa, o cultivo e a produção agropecuária nas terras tradicionalmente ocupadas pelos índios poderão ocorrer por concessão da União, tendo em vista o interesse nacional.

O texto prevê que os produtores rurais que explorarem esses territórios deverão se comprometer com o aproveitamento racional e adequado do terreno e de seus recursos naturais, sendo proibida a exploração das riquezas do solo, de rios e de lagos existentes. Os concessionários deverão ainda observar as regras relativas às relações de trabalho e também a convivência harmônica e pacífica com os grupos indígenas.

Impedimentos

A PEC não permite a concessão de terras que se destinem a atividades produtivas do grupo indígena, à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar ou à sua reprodução e à manutenção de seus costumes.

A concessão não poderá abranger mais da metade da área indígena demarcada e terá sempre prazo determinado. Aos índios fica assegurada a participação nos resultados da exploração agropecuária.

O autor da proposta, deputado Nelson Padovani (PSC-PR), argumenta que a parceria entre produtores e índios pode resultar em benefícios para os dois lados. Ele cita exemplo de parceria em Mato Grosso entre produtores e os parecis da terra indígena Utiariti. “Há oito anos eles viviam na penúria. Uma parceria com produtores rurais da região transformou suas vidas. Os fazendeiros forneceram máquinas e insumos para o plantio de soja e girassol”, diz Padovani.

Esse caso, segundo o parlamentar, leva a uma reflexão sobre as reais necessidades da população indígena. “Enquanto a Funai [Fundação Nacional do Índio] e as organizações não governamentais cuidam apenas de seus interesses políticos, a vida financeira dos índios se deteriora cada vez mais. A miséria, as doenças, o tráfico de drogas e o consumo de álcool avançam em terras indígenas”, aponta o deputado.

Tramitação

A proposta será analisada Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania. Se aprovada, será examinada por uma comissão especial e, posteriormente, votada em dois turnos pelo Plenário.”

Leitura recomendada: Megainvestidor faz preocupante alerta: Não invistam no Brasil

Como seria um bom governo de direita – Parte 2

Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos EUA e um grande defensor de um Estado mínimo.

Na primeira parte dessa série (se você não leu, clique aqui), começamos a ver algumas das principais propostas da direita. Lembrando que a direita é formada por várias vertentes distintas, algumas mais conservadoras, outras mais liberais, outras mais moderadas e outras mais radicais. Afora isso, cada indivíduo pensa de uma maneira e o fato de ser de direita não impede ninguém de adotar uma ou outra ideia mais centrista.

Sendo assim, as propostas mostradas nessa série constituem tão-somente uma base, que poderá ser desenvolvida de maneira diferente por cada pessoa, a depender da vertente de direita da qual ela faz parte. Portanto, o leitor não precisa se preocupar, caso discorde do modo de aplicação de uma das propostas ou até da proposta em si. Minha intenção é apenas fazer conhecidas algumas idéias tipicamente de direita e que, a meu ver, bons governos de direita se esforçariam para colocar em prática, gradualmente.

Bem, na primeira parte vimos cinco propostas. Hoje nós vamos conhecer mais quatro idéias: privatizações, as concessões de curto prazo, os presídio privados e a abertura da economia para empresas e produtos estrangeiros.

6) A questão das privatizações

Chama-se “privatização” o processo pelo qual uma empresa pública, de qualquer ramo que seja, é vendida pelo governo ao setor privado. O processo tem como objetivos principais: reduzir o número funções do Estado, facilitando a administração do governo; evitar o aumento de poder estatal, a fim de não gerar autoritarismo; desfazer monopólios de empresas estatais, abrindo concorrência; melhorar os serviços prestados pela empresa através da pressão do mercado; e impulsionar o crescimento da economia, gerando mais empregos e mais riqueza para o país.

Os resultados das privatizações, a médio e longo prazo, são satisfatórios. Todos esses objetivos quase sempre são alcançados. A Embraer, em sua era estatal, chegou a ter uma dívida de mais de 800 milhões de dólares. Nos anos 90, mandou embora quase 30% de seus funcionários contratados por não ter como pagá-los. Por não ter lucros, era isenta de imposto de renda. Quando foi privatizada, seus prejuízos foram diminuindo ano a ano e em 2001, a empresa já lucrava 1 bilhão por ano. De 2001 a 2004, ela gerou 2 bilhões em impostos e contribuição social para o governo. Antes da crise em 2007, a empresa chegou a 23 mil funcionários, 10 mil funcionários a mais que na era estatal. [1]

A Vale do Rio Doce, em sua era estatal, lucrava 500 milhões de reais por ano. O lucro hoje, na era privatizada, é de 40 bilhões. A empresa tem 8 vezes mais funcionários, paga cerca de 5 bilhões de salário (dez vezes mais do que seu lucro total antigo!) e gera mais de 2 bilhões de imposto anual para o governo. [1]

A Telebrás, sistema estatal de telefonia, oferecia péssimos serviços. Para se comprar um telefone, era necessário se inscrever e esperar por anos pela chegada do aparelho. Conseguir uma linha telefônica era um suplício. Um celular era tão caro que quem tinha um, precisava declarar imposto de renda. Mas com a privatização do sistema e a abertura para concorrência, em poucos anos o quadro mudou. Hoje tem gente que com dois telefones fixos e quatro celulares. Promoções é o que não falta. E mesmo que haja muita reclamação das empresas de telefonia, não há dúvida de o quadro atual é muito melhor do que o da era estatal. [1]

Então, conforme podemos ver, a privatização é um processo positivo para todos, tanto o mercado consumidor, quanto o mercado de trabalho, como para o governo. Mas, sempre a médio e longo prazo.

Não obstante, existe um mito espalhado pela esquerda de que a privatização de empresas públicas é prejudicial ao povo. Diz-se que “privatizar é entregar o patrimônio público nas mãos dos empresários” ou que “empresários só pensam no lucro e não na qualidade dos serviços” ou ainda que “privatização se resume a um conchavo entre governo e empresas privadas”.

É tudo mentira. Em primeiro lugar, o que os esquerdistas chamam de patrimônio público, nada mais é do que patrimônio dos governantes e dos funcionários da empresa estatal. Não é um patrimônio do povo. Por exemplo, a Petrobrás. O povo inteiro detém as ações dessa empresa na bolsa de valores? O povo inteiro recebe aumento de salário quando essa empresa gera muitos lucros? O povo inteiro tem poder de decisão dentro dessa empresa? Existem votações periódicas entre o povo brasileiro para saber como e onde a Petrobras irá gastar seu dinheiro? É claro que não. Então, esta empresa não é nossa. Ela é do governo. E como o governo não tem competência moral e administrativa para nos representar, a tendência é sempre vermos o dinheiro dos nossos impostos indo para o ralo com essas empresas, ou com corrupção ou com ineficiência ou com projetos que não queremos bancar. Eu não quero patrocinar a turnê da Maria Betânia ou o filme do fulano de tal. Mas eu tenho escolha?

A empresa estatal causa muitos prejuízos porque ela não se enquadra no modelo de competição do mercado, não sendo pressionada a oferecer bons serviços e nem tendo o perigo de falir. Se ela vai mal das pernas, em vez de falir, receberá mais dinheiro do governo. E se ela vai bem, o governo vai utilizá-la para desviar verba ou assegurar-se no poder. Por isso é que a privatização é uma boa saída para acabar com esse problema. Se não se privatiza, além do patrimônio não ser nosso, ainda perdemos dinheiro, pois nós é que financiamos o governo com nossos impostos.

Em segundo lugar, é verdade que empresários só pensam em lucro. Mas isso não é algo que a direita não saiba e nem é algo ruim. Como já disse, é a competição que faz os serviços ganharem mais qualidade e os produtos ficarem mais baratos. É só você se imaginar um empresário tendo que competir com dez empresas. Você vai deixar que os seus concorrentes ofereçam produtos melhores (ou mais baratos) que o seu sem fazer nada? Você acha que as pessoas vão querer comprar seus produtos se eles forem ruins e caros? Você vai ter lucro dessa maneira? Pois é, por precisar lucrar, seus produtos vão ficar melhores e/ou mais baratos. Essa é a lógica do mercado.

Então, é uma imbecilidade sem tamanho afirmar que empresários não pensam na qualidade dos produtos porque pensam no lucro. É o contrário. Empresários pensam no lucro e, por isso, pensam na qualidade do produto. O mundo empresarial não é o mundo dos contos de fada, onde dinheiro pode nascer em árvore. Se você quer lucrar bastante, seu produto precisa ter um diferencial.

Agora, no mundo governamental não existe isso. Para quê se preocupar com a qualidade dos serviços, com a velocidade do atendimento ou com a boa administração do dinheiro da empresa, se é impossível a empresa falir? E para quê pensar em benefícios de longo prazo, se o governo necessita garantir apenas a próxima reeleição de seus candidatos atuais?

Por fim, em terceiro lugar, a privatização proposta pela direita (pela direita e não pelo PSDB, ok?) não tem como meta aumentar a participação do Estado na economia e criar grandes empresários ligados ao governo; pelo contrário, a ideia é tirar do governo e das grandes empresas o poder que hoje eles têm. E para isso acontecer, a privatização tem que seguir a fórmula básica da direita: governo pouco interventor e concorrência pesada entre empresas. É difícil entender isso?

Então, não há motivos para crer que as privatizações são ruins. E os exemplos que temos de privatizações no Brasil provam isso. Empresas como a Vale do Rio Doce, a Embraer e a Telebrás hoje empregam mais gente, rendem mais, geram mais impostos para o governo, pagam melhor seus funcionários e produzem serviços de qualidade bem melhor do que na era estatal. Assim, por que não privatizar outras empresas e outros serviços também?

7) Concessões de Curto Prazo

O sucesso de uma privatização reside na existência de concorrência. Se existe concorrência, a empresa privatizada será pressionada pelo mercado a melhorar preços e serviços. Se não existe concorrência, a empresa privatizada relaxará, pois não tem como perder a clientela, nem falir. Diante deste fato, muitos acreditam que os “monopólios naturais” não devem ser privatizados e nem sequer concedidos à administração privada por algum tempo (as chamadas “concessões”).

Monopólios naturais são aquelas empresas que prestam um serviço que só pode ser prestado por uma empresa. Por exemplo, companhia de luz e de água; trem, metrô; estradas privadas e etc. Não há concorrência entre essas empresas.

De fato, se formos comparar resultados, as empresas privatizadas que possuem concorrentes no mercado melhoraram muito mais os seus serviços do que as empresas privatizadas (ou concedidas) que constituem monopólios naturais. Então, será que essas empresas realmente precisam ficar nas mãos do governo?

Não tão rápido. Já vimos que o problema do monopólio natural é justamente a falta de concorrência. Então, realmente não vai mudar muito se o monopólio pertence ao governo ou a uma empresa privada. Tanto em um caso como em outro nós iremos gastar dinheiro com um serviço ruim, sem poder escolher. Entretanto, o que aconteceria se o governo fizesse concessões desses monopólios que durasse pouco tempo?

Deixe-me exemplificar. No estado do Rio de Janeiro o serviço de trens urbanos é controlado por uma empresa privada de nome “Super Via”. Trata-se de uma concessão de 25 anos feita pelo governo do estado. Isso mesmo, 25 anos! Tempo para uma pessoa nascer, crescer, terminar o ensino fundamental e médio, se formar em direito, começar a advogar, se casar e ter um filho.

Aí eu pergunto: Quando o leitor acha que os administradores dessa empresa irão se importar com os serviços que prestam? Na melhor das hipóteses, nos últimos quatro anos de concessão, a fim de renovar o contrato com o governo vigente e ficar mais 25 anos na bonança. E é o que tem acontecido. Os serviços de trem no Rio de Janeiro são caros e ruins. E nem mesmo as multas que de vez em quando a agência regulatória de transporte aplica à empresa são capazes de mudar o quadro. Afinal, o lucro que uma empresa consegue em 25 anos de monopólio é astronomicamente maior do que todas as multas que se pode aplicar.

É aqui que entra a proposta da curta concessão. Em vez de 25 anos, por que não uma concessão de três anos, por exemplo? O efeito de uma concessão tão pequena a uma empresa privada seria semelhante à concorrência existente entre empresas que não são monopólios naturais. A empresa concessionária teria que mostrar bons serviços para não correr o risco de perder a sua galinha dos ovos de ouro para outra empresa, ao fim dos três anos.

Este modelo concessionário certamente seria melhor do que os atuais e daria às pessoas mais voz. As muitas reclamações sobre um serviço obrigariam o governo a não renovar um contrato com uma empresa ruim. Assim, seria possível delegar à iniciativa privada estradas, redes de esgoto, companhias de luz e água e etc., sem medo de ficar escravo de serviços ruins por décadas.

8) Presídios Privados

Presídios privados. A idéia lhe assusta? Bem, ela não é muito popular e nem há muitos presídios do tipo no mundo. Mas que tal analisarmos a proposta? Todos estão carecas de saber que os presídios são o resumo do que de pior há no mundo. As celas são lotadas, o lugar é sujo, os presos passam o dia sem fazer nada, existe agressão de policiais a alguns presidiários e, como conseqüência de todas essas desgraças, o preso que lá entra dificilmente se regenera; sai pior do que entrou, querendo agora se vingar de todo o mundo.

E como o governo vê essa questão? Bem, para o governo não é interessante fazer algo para mudar isso. Por quê? Bem, imagine que você é um político interesseiro. Tudo o que você faz para o povo é apenas com a intenção de angariar mais votos. Agora, me diz: o que dá mais votos, dar esmola para pessoas pobres ou reformar um presídio? E mais: qual é o cidadão que vai admirar o político que construir um presídio novo logo no seu bairro? E por que gastar dinheiro com algo que só interessa a uma minoria e que não afeta diretamente a maioria das pessoas?

O leitor compreende? Melhorar a condição dos presídios é algo que o governo não só não tem capacidade de fazer (pois é algo complexo demais para a administração pública conseguir êxito), como também não tem o mínimo interesse em tentar.

E qual seria a alternativa para mudar esse quadro? Presídios privados. Essa é a proposta da Direita. Raciocine comigo: como é que um empresário ganharia dinheiro mantendo um presídio? Criando empregos dentro do presídio! Fábricas de eletrodomésticos, fábricas de roupas, fábricas de sapatos, fábricas de celulares, fábricas de materiais esportivos, fábricas de móveis… Tantas fábricas poderiam funcionar em presídios…

O preso trabalharia como qualquer outro empregado normal. Teria seus direitos, um dia de folga por semana, jornada de oito horas, horário de almoço; um salário para poder adquirir livros, revistas, CDs, cadernos, material de estudo, materiais esportivos, fazer cursos e etc.; e o direito de utilizar os serviços básicos da penitenciária (luz, água e alimentação). Se não quisesse trabalhar, ninguém iria aplicar nenhuma pena a ele, mas também ele não receberia salário e nem poderia utilizar os serviços básicos do presídio por mais de um mês. Ou seja, o detento se veria na mesma situação de um indivíduo comum: se não trabalhar, não vive.

Os presídios, por sua vez, teriam melhores condições em função da concorrência entre as fábricas de diferentes presídios, da fiscalização semanal (que seria feita não só por fiscais do governo, mas também por representantes das empresas concorrentes, o que acabaria com o risco de subornos) e das câmeras de segurança espalhadas por todo o local (a fim de evitar qualquer tipo de exploração).

Alguém poderia criticar aqui: “Um sistema presidiário privado não iria gerar um interesse no aumento de criminalidade e punições por parte dos administradores, a fim de terem mais mão de obra trabalhando para ganhar apenas o salário mínimo? Isso não daria margem para tribunais, governo e administradores de presídios trabalharem juntos para alimentar a indústria do crime?”.

Não, porque o “negócio” seria muito limitado. Em primeiro lugar, os presídios seriam concessões. Deste modo, nenhum empresário poderia criar seu próprio presídio, ou aumentar o presídio administrado para colocar mais presos e ou sair mundo a fora comprando prisões para lucrar mais. O lucro da empresa administradora seria relativamente estável e teria um limite, em função de não poder se expandir.

Em segundo lugar, seria requisitado das empresas administradoras que a fábrica a ser colocada dentro do presídio, já existisse fora, com um bom lucro e com filiais. Isso impediria que a maior fonte de lucros dos administradores viesse da prisão ou que algum negócio fosse iniciado dentro do presídio. A empresa administradora iria apenas colocar para dentro do presídio o que já estava dando certo fora. Seria como mais uma filial, só que no interior de uma prisão.

Em terceiro lugar, uma possível diminuição da criminalidade e o cumprimento das penas dos presos não iria afetar a empresa administradora. Os presos, ao saírem da prisão, estariam aptos para trabalhar nas filiais externas das fábricas. Se por um lado, a empresa administradora perde um trabalhador na filial do presídio, por outro lado, ela ganha em outra. Como as filiais externas são mais livres, pois não precisam respeitar as normas de presídio, evidentemente, elas são muito mais lucrativas. Então, na verdade, a empresa ganha mais quando um preso é solto, pois tem um trabalhador experiente para ser admitido em uma filial externa, que dá mais lucro.

Vale lembrar que a ideia não é apenas um sonho, uma quimera. Vários países já possuem penitenciárias privadas, inclusive o Brasil. Em nossa pátria contamos com a Penitenciária Industrial Regional do Cairi (Ceará) e a Penitenciária Industrial Regional de Guarapuava (Paraná). O que se vê nessas duas instituições são celas limpas, espaço respeitado (não há super lotação), presos trabalhando, estudando, comprando livros e por aí vai [2].

Enfim, os presídios privados não iriam solucionar todos os problemas do sistema presidiário. Não é essa a meta da direita. Mas com certeza iriam deixar a situação muito melhor do que é hoje. No final, todos sairiam ganhando: os administradores, que teriam uma fonte de lucro a mais, além de suas fábricas normais já existentes; os presos, que teriam melhores condições de vida geradas pela concorrência e a fiscalização; o cidadão comum, que não precisaria mais sustentar os presos com seus impostos; a economia do Estado, que teria mais pessoas produzindo; e o ideal de reabilitação, já que os presos aprenderiam a fazer algo útil, a trabalhar honestamente e a manter a mente ocupada com coisas boas.

9) Abertura para as empresas e produtos estrangeiros

Quando eu digo que o nacionalismo é coisa da esquerda, as pessoas não levam a sério o que eu digo. Mas é. E uma prova disso está no nacionalismo econômico. Basta alguém dizer que quer facilitar a entrada de empresas e produtos estrangeiros no Brasil, que os esquerdistas se remoem todos e argumentam que isso irá atrapalhar a vida das empresas brasileiras.

Isso é de uma tolice tão grande! O que atrapalha a vida das empresas brasileiras é a intervenção desgraçada do Estado, com suas burocracias, regulamentações, impostos altíssimos e autoritarismo. Retirada a pesada mão do Estado sobre a economia, nossas empresas estarão aptas para competir com as empresas estrangeiras. E que vençam as que mais agradam a nós, consumidores. Estou certo ou estou errado?

A abertura do mercado é boa não só para economia do nosso país como para as nossas relações internacionais. Nenhum país gosta de ter “amigos” protecionistas. Aliás, aqui cabe uma pergunta: Se a esquerda odeia tanto os EUA, por serem imperialistas e terem empresas e produtos em vários países do mundo (como se isso fosse um pecado), por que querem tanto que o governo estadunidense acabe com o embargo econômico a Cuba? É… Protecionismo nos olhos dos outros é refresco…

Fim da Segunda Parte

Chegamos ao fim da segunda parte. Entendemos os motivos pelos quais a direita defende que algumas empresas e serviços sejam privatizados; estudamos uma proposta para pressionar “monopólios naturais” que foram concedidos pelo governo a empresas privadas; vimos os benefícios que presídios administrados por empresas privadas iriam trazer para o sistema penitenciário; e constatamos que um mercado aberto para outras nações, só tem a melhorar a economia e os produtos.

Na próxima postagem da série, veremos as propostas da direita para evitar crises financeiras e para proteger florestas. Também saberemos melhor como a direita enxerga a questão da discriminação racial e sexual e a previdência social.

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Observações:

1. Todos os dados foram retirados do livro “Privatize Já”, do economista Rodrigo Constantino, que, por sua a vez, os retirou de sites de agências reguladoras e dos sites das próprias empresas.

2. Para saber mais obre as Penitenciárias Industriais de Guarapuava e do Cairi, os seguintes links são recomendados:

Empresa administra presídio-modelo

Departamento de Execução Penal (DEPEN)

A terceirização de Presídios a partir do estudo de uma penitenciária do Ceará